segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sorry for party rocking... Digo, foi mal...

Gente, foi mal pela falta de postagens, mas é que eu e o Kadu somos dois gordos inúteis que não fazem nada o dia inteiro além de ficar usado o Facebook  eu e o Kadu estamos tendo dificuldades pra lidar com a escola e com o blog simultaneamente (afinal pensar em histórias decentes e escrever decentemente é algo difícil e que toma um pouco de tempo), mas conforme o tempo iremos nos adaptar e a regularidade das postagens voltará, espero que compreendam.

Stuffbeijos e stuffabraços.

O Gato e a Cutia

Hoje, quando eu estava indo para o colégio, eu vi uma Cutia e um Gato interagindo socialmente. A Cutia parecia mais animada que o Gato, na verdade o Gato mostrava grande desinteresse.

 A Cutia e o Gato conversavam, então, a Cutia chamou o Gato para sair. E o Gato saiu. Saiu de perto da Cutia, deixando-a sozinha do outro lado das grades daquele parque. Havia outras cutias, claro, mas nenhuma delas interessava a Cutia, ela queria o Gato, mas o Gato a largara  e ele não pretendia voltar.

 A Cutia, desolada, olhou para mim, e ficou me encarando. Submersa em toda a sua melancolia e tristeza ela parecia já ter desistido de tentar nadar e voltar a superfície, ela parecia ter se deixado afogar. Ela tinha sido rejeitada pelo Gato, seu grande amor, e então estava olhando pra mim. Outras pessoas, assim como eu, estavam esperando o sinal fechar para que pudessem atravessar a rua, mas a Cutia escolheu olhar pra mim. Ela olhava para mim como se eu fosse um analgésico para sua dor, como se alguma forma eu pudesse anestesiá-la daquele momento, parecia querer que eu entorpecesse-a, olhava para mim como se eu pudesse, de alguma forma, jogar uma boia salva-vidas a qual ela pudesse se agarrar naquele momento.

E eu olhava pra ela. Havia presenciado o Gato rejeitando-a, o seu coração se partindo e estava olhando ela parada ali, enquanto ela me olhava. Então o sinal se fechou e eu atravessei a rua, havia abandonado a pobre Cutia, assim como o Gato o fizera.

Afinal, humanos podem ser mais cutias e gatos do que imaginamos.

Em mundo de Gato e Cutia, quem não é Gato, é Cutia.

E eu era a Cutia naquele momento.


P.S.: ESSA É UMA HISTÓRIA VERÍDICA QUE REALMENTE ACONTECEU COMIGO, ME TOCOU MUITO, NÃO ZOEM. E ESSA CUTIA SABE NADAR, FLW? Obrigado.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Mr. Stuff A Lot

Depois de mistério quanto a última foto, aqui está revelado: ESTE É O PROTÓTIPO DO MAIS QUERIDO -- O MR. STUFF A LOT, desenhado por ninguém menos que Luísa Resende (não tem problema, podem parar de se perguntar quem é ela, ela não é famosa, mas desenhou o nosso mascote, então é querida)

Breve vocês saberão mais sobre sua vida e em todas as encrencas que ele e sua turminha se meteram na Sessão da Tarde... digo

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Travestis Também Salvam Suas Mães

Recordar é viver! Mas nem sempre viver é tão bom assim... Enquanto arrumava minhas gavetas hoje, encontrei esse texto, de uma longínqua época: 2011, quando eu estava no 8º ano.
É uma simples redação em dupla proposta pela professora de Português da época. Escrevi-a em conjunto com o meu amigo de longa-data cujo nome vocês verão no texto. Não sei se foi uma boa ideia postar aqui, mas bateu aquela vontade de fazê-lo. Estou começando a entender porque  ninguém gostava de mim em 2011e eu não conseguia uma namorada. O texto foi "escaneado" com um tablet, então, não reclamem, stuffãs. Se estiver muito pequeno, cliquem nas imagens e sejam felizes... ou não. Mas lembre-se, dotes literários vêm desde a infância. O problema é que eu ainda não decidi se eu o tenho ou não







????????????




????????????????????????????

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

The blogue

Desculpa a falta de postagens novas no blog. Eu estou muito ocupado esses dias, pois minhas aulas começaram. Pelo menos temos mais postagens que o Chaveiro e atualizamos com mais frequência. Todavia, eu e o Guil estamos trabalhando em algo realmente animador!! Prepare-se para conhecer o Mr. Stuff A Lot... em pessoa... ou quase isso

*música tensa e reveladora* (deixo que vocês imaginem como ela é, quem quiser, coloque nos comentários um vídeo com a tal música)

Obrigado pela compreensão, Stuffãs!!!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A difícil vida de quem mora em Jacarepaguá

Um amigo meu é morador do bairro da zona oeste carioca chamado Jacarepaguá. É longe da minha casa, muita gente tem preconceito, porque é a casa de lugares como Curicica (jacarepaguenses estão rindo; você que está lendo, provavelmente não). Hoje mesmo, na aula de Espanhol, eu tinha que falar lugares onde estive nas minhas férias. Falei que estive em Jacarepaguá, com sotaque hispânico (Racarepaguá), e ouvi muitas risadinhas quando disse em voz alta. Risadinhas, não. Risadonas. Eu, particularmente, gosto muito desse bairro, mas é engraçado como o nome dele é derivado de um bichinho (eu acho que vem de "jacaré", pelo menos). O paguá é... "Pra água", obviamente. Até porque, no bairro vizinho, Barra da Tijuca, há vários lagos em que há jacarés naguá. E quando eles estavam fora do lago, mas indo em sua direção, estavam indo paguá, esses jacarés.
Essa é a história resumida da criação do nome deste ilustre bairro. O cacique Carlos Tura foi quem o nomeou.

O motivo de todo esse post era mostrar pra vocês esse vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=AasVNrid-1E

Espero que tenham gostado, hê.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Mr. Stuff A Lot ganha vida

Todos conhecemos e adoramos blog Mr. Stuff A Lot, claro, mas uma coisa curiosa é que ninguém de fato conhece o Mr. Stuff A Lot. 

Dudumonkey e os Adolepeixes já são personalidades ícones e famosas do blog, todos os conhecem, mas o Mr. Stuff A Lot, cujo o nome do blog é inspirado nesta grande personalidade única, ninguém conhece. 

Então eu e o Kadu decidimos personificar o Mr. Stuff A Lot. 

Nossa ideia é criar um personagem, criar sua aparência física, personalidade e peculiaridades. E pediremos para alguém desenhar o nosso querido Mr. Stuff A Lot, para que vocês, nossos queridos Stuffãs, possam vê-lo e apreciá-lo. A ideia ainda está em andamento, mas já decidimos a maior parte das características físicas, as quais esperamos dizer a vocês quando o desenho do Mr. Stuff A Lot estiver pronto.

Nós também pensamos em escrever uma série de contos dedicada a vida do Mr. Stuff A Lot, mas nós não temos certeza se o faremos (eu pessoalmente acho a ideia demais). Comentem nessa postagem o que vocês acham dessa ideia. Mas que iremos personificá-lo é certo.

Stuffbeijos e stuffabraços

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

STUFFIN' WITH MR. STUFF A LOT

A ideia é ocupar o Facebook com blogs, quebrar a monotonia de fotos de almoços ou bichos de estimação. Quem comentar esse post receberá o nome de um blog (que, obviamente, será o melhor) e deverá então publicar uma foto explicando ele. Copie esse texto no seu mural junto com a imagem.
Me deram: Mr. Stuff A Lot (o melhor que tem)
Quem comentar ganha um blog, ou melhor, o Mr. Stuff A Lot, pra postar no Facebook


TEM IMAGEM QUE DEFINE MELHOR O MR. STUFF A LOT? EU ACHO QUE NÃO. FINALMENTE FOTOGRAFAMOS O MACACO DUDU FAZENDO SUAS PERIPÉCIAS NO AQUÁRIO DOS ADOLEPEIXES! Este é um marco histórico, que não só fará parte, como terá um capítulo inteiro dedicado a ele no Evangelho Mr. Stuff A Lot, que será reverenciado por muitos fiés três dias após o renascimento do Macaquinho

Eu Sei O Que Você Fez No Orfanato Passado

Não estava conseguindo dormir. A ansiedade era demais, tanta que, quando raiou o dia, ainda não tinha conseguido dormir. Mas quem liga? Era meu aniversário de 10 anos! E minha querida avó Zeugma me prometeu que o presente desse ano ia ser bem melhor do que a coleção de pólvora do vovô que ela me deu no ano passado.
Ela entrou em meu quarto, carregando um bolo de café (o dia começou bem, hein) e uma caixa de presente bem grande. Minha vozinha se aproximou da cama, cantando “parabéns-pra-você”, me oferecendo a caixa, a qual eu furiosamente desembrulhei. Lá dentro estava um filhote de pitbull extremamente fofo. Era tão lindinho que até tinha uma espuminha branca na boca. Ele parecia nervoso, mas ao ver minha vó, pulou de alegria e resolveu dar um beijo nela. Só que a intensidade foi tanta que acabou saindo sangue do pescoço dela.
O terrível bolo que ela segurava caiu, ainda com a vela acesa, na pilha de feno, incendiando quase que imediatamente o quarto inteiro, explodindo a coleção de pólvora de meu avô, que fez metade da casa explodir, junto com o pitbull, que acabou despedaçado na parede. A vizinha fofoqueira, Dona Hipotenusa, assistia tudo da janela e, antes que a coleção de dinamites do ano retrasado também fosse alcançada pelo incêndio que tomava conta da casa, correu para dentro e me buscou, em seus braços ossudos, me carregando pro lado de fora antes da casa ir para os ares. Eu nunca gostei de bolo de café.
Dona Hipotenusa já tinha seus filhos: os irmãos gêmeos siameses Seno, Cosseno e a recém-nascida Tangente. Não podia cuidar de mim também, então depois de ser rejeitado pela proprietária do salão de beleza local, Srta. Melanina, minha corajosa heroína, sempre muito crente, me colocou no Orfanato Pé do Filho, que também era extremamente religioso.
Ao contrário do que imaginava, ao invés de comer, rezar e amar, era o padre que me comia, rezava, mas não me amava. No primeiro dia de minha estadia no local, Padre Criptônio me flagrou tomando banho de porta aberta. Você sabe o resto. Desde então, passei a ser molestado diariamente.
Em um fatídico dia, Cauã Criptônio me levou para o armário do zelador e começou a fazer o que sabia fazer de melhor. Revoltado, durante o ato, agarrei uma furadeira elétrica. Quando consegui enfiar na tomada, ele também enfiou em mim. Pressionei o gatilho e botei a broca em suas... ferramentas, que começaram a vazar de tudo. O padre começou a gritar, atraindo os outros, que vieram correndo para ver o que se passava. Tranquei a porta e, para calar o homem, que tentava me impedir, fiz outro furo, dessa vez em sua orelha, de onde saíram pedaços de seu cérebro e muito, mas muito sangue. Não é que ele calou a boca?
Desesperados com a gritaria, os Padres Cádmio e Disprósio começaram a bater, esmurrar e jogar hóstias na porta. Eu tentei jogar o cadáver cheio de furos pelo basculante, mas entalou. Sem saber o que fazer, coloquei um saco de lixo sobre o corpo e, com uma caneta fosforescente que ali encontrei, escrevi as seguintes palavras: “Lixo tóxico. Não tocar, não carregar, não inalar nem nada”. Mas eu precisava explicar também porque todo aquele sangue. Não tinha outra opção: com uma machadinha que estava dando sopa numa das prateleiras, cortei meu dedo mindinho e abri a porta.
-Meu filho, o que aconteceu? – perguntou Cádmio, olhando para aquela cena atordoante.
-Eu cortei meu dedo sem querer.
-Mas o que raios você estava fazendo aqui?
-Brincando de índio. – respondi.
-Meu Deus, que desastre. Passa uma arnica, coloca um band-aid e boa noite, meu filho. – e, olhando para o Padre Disprósio, exorcista número um do orfanato, disse: - Amanhã é dia de levar o lixo tóxico para fora.
Fingi que voltei para cama, depois de estancar o sangue do dedo. Esperei os padres irem rezar a missa das duas da madrugada, voltando para o armário do zelador e cortando a prova do crime em pedacinhos com uma serra de ossos forense que encontrei ali mesmo no armário. O que será que o zelador andava fazendo com tudo isso? Então, atirei os restos mortais em cima de um carro branco que passava por ali. O motorista chamou a polícia, que chegou uns dez minutos depois, colocando um longo pano branco de seda, uma das mais finas de todo o Sri Lanka, para cobrir aquela nojeira e levar o que restou de meu molestador para o necrotério mais próximo. Analisaram os restos mortais de cima a baixo, e chegaram a conclusão chocante de que ele havia falecido, batido as botas, que eram lindas, por sinal: importadas das Filipinas, feitas com couro de dragão-de-komodo e manufaturadas por crianças escravizadas.
Os pedaços foram empacotados e transportados de helicóptero para o maquiador mais famoso e talentoso de toda Hollywood, para ter o rosto reconstruído, de acordo com o crânio quebrado, com a mais nova tecnologia 3D projetada especialmente para a ocasião. O maquiador trabalhou incansavelmente por 3 dias e 3 noites. Acaobou rejeitado pela esposa, que alegava que ele dava mais atenção ao trabalho do que ao seu relacionamento amoroso.
De qualquer forma, chegou à conclusão de que o rosto reconstruído era o do famoso ator Jack Nicholson. Assim que a notícia se espalhou pelo mundo inteiro, descobriram que o mesmo estava de férias em um cruzeiro de caridade nas Filipinas, ajudando o governo a substituir a mão-de-obra infantil escrava por aborígene.
Desolado, o grande maquiador resolveu roubar o que tivesse no defunto e fugir para o México, só que, em um dos bolsos de suas calças, foi achada uma carteira de identidade. O homem se suicidou depois dessa.
A investigação voltou para o orfanato assim que constataram de que o assassinado era o Padre Cauã Criptônio Jr.. Entrevistaram cada padre e freira, inclusive o Arcebispo da Paróquia. Vi e ouvi toda a cena por um buraco na fechadura da porta. Uma mulher gorda e negra, de cabelo curto e enrolado e aparência simpática, vestindo um terno feminino apertado demais para ela - o mesmo terninho que causava pânico nas crianças do orfanato, pois pensavam que se tratava de uma assistente social - sentava na cadeira de palha trançada oposta à escrivaninha de madeira de carvalho do Padre Cádmio, que oferecia água à policial enquanto sentava com cuidado, levantando a batina para não sentar nela.
-O que você deseja, Senhora...? Ou deveria dizer, Senhorita... – disse ele, que não conseguia parar de encarar os mamais, realçados pela vestimenta, de LeShawna, que se assemelhava muito à Queen Latifa.
-Qual foi a última vez que você viu o seu companheiro Criptonita? – partiu direto para o assunto.
-Criptônio. – corrigiu Cádmio, deixando escapar uma baba pelo canto da boca, enquanto ainda apreciava a vista.
-Você está bem? – perguntou LeShawna, limpando a baba da mão. – Olha, se você tiver tendo um derrame, só pra avisar que minha última experiência com derrames não foi tão boa, foi até meio engraçado, sabe, eu acabei me casando com um aborígene sem querer em um ritual típico australiano, sabe, mas aí um dia você não vai acreditar quem ligou para ele... O Jack Nicholson, convidando ele para fazer um negócio lá nos cinemas, eu não sei direito, mas... – o Padre retomou a consciência, desviando o olhar de seu virtuoso busto e a interrompeu, respondendo a pergunta:
-Eu o vi pela última vez quando o falecido, que Deus o tenha, estava levando um órfão novato para o armário do zelador...
-Por quê?
-É como um ritual de iniciação do nosso abrigo, mas isso não importa.
-Você sabe se o Padre tinha algum inimigo, ou algo do tipo?
-Todas as crianças do orfanato.
-Por quê?
-Por causa do ritual de iniciação...
Saíram da sala, sem me perceber, para o armário do zelador, onde a chefa de polícia, LeShawna achou dois quilos de dinamite.
-Ahm, Padre, esses dinamites... Vocês, aqui do orfanato, tem uma licença para estocar todos esses explosivos extremamente voláteis e perigosos no armário do zelador de um Abrigo Infantil recheado de bebês, crianças, pré-adolescentes e adolescentes em geral?
-Sim, claro, a autorização está ali do lado da pilha de feno.
-Essa?
-Não, a outra. É, essa. – e, enquanto a mulher tateava o piso de madeira em busca dos papéis, ela pegou e levantou, com sua luva de látex branca, um dedo decepado. Obviamente, meu dedo. Eu deveria ter jogado fora. Merda. A policial torceu a boca e apertou os olhos, perguntando, com nojo, de quem era o dedo.
-Ah, é de um garoto totalmente nada suspeito que veio para o orfanato depois de sua casa ser incendiada. Ele estava aqui com o padre, até então vivo, na noite do desastre. Ouvi um grito vindo daqui. A porta estava trancada, mas quando foi aberta, era só o garoto brincando de índio com uma machadinha nesse lugar, que estava completamente sujo de sangue e tinha um saco de lixo tóxico entalado no basculante. Pelo visto, o garoto se acidentou com a machadinha.
LeShawna apertou bem os olhos, olhou para cima, pensativa, depois olhou novamente para o dedo, lamentando:
-Tadinho.
Ao saírem do quarto, me encontraram no corredor. A policial esbarrou em mim e caí no chão. Ela se agachou, me olhando por inteiro, segurando aquele dedo sangrento, e falou para mim:
-Me desculpe, menininho. Coitado de você! Esse dedo é seu? – então, sem mais delongas, me entregou o mindinho e saiu andando. Quando estava prestes a entrar no carro, hesitou e voltou, provavelmente porque percebeu a idiotice. Montou uma sala de interrogação improvisada no próprio armário do zelador, o qual não aguentava mais esse bando de gente o tempo inteiro num espaço que deveria ser só dele. O telhado estava quase caindo porque ele não conseguia pegar nenhuma ferramenta há dias. – Por que você estava brincando de índio naquela fatídica noite? – perguntou ela, me olhando diretamente nos olhos, debruçada sobre a mesa, com os peitos quase em minha cara.
-Porque índios são legais.
-MENTIROSO! – e ela me deu um tapa na cara. – Perdão! É que eu estou tão acostumada a fazer isso que agi sem pensar antes. Bem, mas por que você estava brincando de índio na noite em que o padre foi assassinado?
-Bem, por acaso ago... - e ela me interrompeu com outro tapa:
-MENTIROSO! – logo depois se desculpou novamente. LeShawna, que estava, obviamente, com uma TPM braba, se debruçou novamente sobre a mesa, me olhando de um jeito assustador, como se ela estivesse encarando minha alma. Finalmente, disse: – Eu tenho quase certeza que foi você, eu sinto que... – peguei um taser, uma arma de choque que curiosamente estava por ali e a eletrocutei. Saí correndo pelo orfanato, fugindo dos policiais subordinados de LeShawna, Theodoro e Apolo, que vieram atrás de mim, ao perceberem meu comportamento esquisito. Passando pelo portão e pisando na calçada, observei que era dia do caminhão de lixo tóxico passar. Sem pensar muito, já que era o único veículo da avenida em movimento naquele instante, agarrei nas barras de metal da traseira e fui, agarrado, junto do automóvel.
A Avenida era reta, o que deu tempo para os tiras entrarem no carro e partirem a toda velocidade atrás do caminhão. Com medo, estendi minha mão no ar, para me proteger do carro que poderia acabar me acertando. Para minha surpresa, a radiação do lixo tóxico com o qual eu entrei em contato foi tão forte que me alterou, e um jato de lava saiu do meu pulso, em uma explosão, derretendo o para-brisa na face dos dois policiais. O carro explodiu e foi pelos ares, esmagando uma velhinha aleatória do outro lado da rua.
Bem, isso é o que eu gostaria que tivesse acontecido. Na verdade, o único “superpoder” que eu consegui entrando em contato com aquele lixo tóxico foi câncer na laringe. A parte da frente da viatura foi empurrada contra a parte de trás do caminhão, que freou bruscamente, esmagando todos os ossos e nervos possíveis de minha perna esquerda que estava para fora, partindo-a em duas, estourando, derramando medula óssea pelo asfalto. Os médicos não conseguiram salvar minha perna. Grande surpresa. Eles ainda confundiram o membro inferior saudável com o esmagado e acabaram amputando o direito também. De qualquer jeito, paraplégico e com dez anos de idade, fui enfiado em uma prisão para sempre, dividindo a cela com um gordão que acabou sendo liberado, já que não cabia mais naquele espaço apertado.


Agora sou um solitário perneta em um presídio de segurança máxima. Pelo menos a prisão não está sendo tão ruim assim, já que passei muito tempo no orfanato e já estava acostumado com as visitas inconvenientes no lado de trás.