Stuffbeijos e stuffabraços.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Sorry for party rocking... Digo, foi mal...
Gente, foi mal pela falta de postagens, mas é que eu e o Kadu somos dois gordos inúteis que não fazem nada o dia inteiro além de ficar usado o Facebook eu e o Kadu estamos tendo dificuldades pra lidar com a escola e com o blog simultaneamente (afinal pensar em histórias decentes e escrever decentemente é algo difícil e que toma um pouco de tempo), mas conforme o tempo iremos nos adaptar e a regularidade das postagens voltará, espero que compreendam.
Stuffbeijos e stuffabraços.
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O Gato e a Cutia
Hoje, quando eu estava indo para o colégio, eu vi uma Cutia e um Gato interagindo socialmente. A Cutia parecia mais animada que o Gato, na verdade o Gato mostrava grande desinteresse.
A Cutia e o Gato conversavam, então, a Cutia chamou o Gato para sair. E o Gato saiu. Saiu de perto da Cutia, deixando-a sozinha do outro lado das grades daquele parque. Havia outras cutias, claro, mas nenhuma delas interessava a Cutia, ela queria o Gato, mas o Gato a largara e ele não pretendia voltar.
A Cutia, desolada, olhou para mim, e ficou me encarando. Submersa em toda a sua melancolia e tristeza ela parecia já ter desistido de tentar nadar e voltar a superfície, ela parecia ter se deixado afogar. Ela tinha sido rejeitada pelo Gato, seu grande amor, e então estava olhando pra mim. Outras pessoas, assim como eu, estavam esperando o sinal fechar para que pudessem atravessar a rua, mas a Cutia escolheu olhar pra mim. Ela olhava para mim como se eu fosse um analgésico para sua dor, como se alguma forma eu pudesse anestesiá-la daquele momento, parecia querer que eu entorpecesse-a, olhava para mim como se eu pudesse, de alguma forma, jogar uma boia salva-vidas a qual ela pudesse se agarrar naquele momento.
E eu olhava pra ela. Havia presenciado o Gato rejeitando-a, o seu coração se partindo e estava olhando ela parada ali, enquanto ela me olhava. Então o sinal se fechou e eu atravessei a rua, havia abandonado a pobre Cutia, assim como o Gato o fizera.
Afinal, humanos podem ser mais cutias e gatos do que imaginamos.
Em mundo de Gato e Cutia, quem não é Gato, é Cutia.
E eu era a Cutia naquele momento.
P.S.: ESSA É UMA HISTÓRIA VERÍDICA QUE REALMENTE ACONTECEU COMIGO, ME TOCOU MUITO, NÃO ZOEM. E ESSA CUTIA SABE NADAR, FLW? Obrigado.
A Cutia e o Gato conversavam, então, a Cutia chamou o Gato para sair. E o Gato saiu. Saiu de perto da Cutia, deixando-a sozinha do outro lado das grades daquele parque. Havia outras cutias, claro, mas nenhuma delas interessava a Cutia, ela queria o Gato, mas o Gato a largara e ele não pretendia voltar.
A Cutia, desolada, olhou para mim, e ficou me encarando. Submersa em toda a sua melancolia e tristeza ela parecia já ter desistido de tentar nadar e voltar a superfície, ela parecia ter se deixado afogar. Ela tinha sido rejeitada pelo Gato, seu grande amor, e então estava olhando pra mim. Outras pessoas, assim como eu, estavam esperando o sinal fechar para que pudessem atravessar a rua, mas a Cutia escolheu olhar pra mim. Ela olhava para mim como se eu fosse um analgésico para sua dor, como se alguma forma eu pudesse anestesiá-la daquele momento, parecia querer que eu entorpecesse-a, olhava para mim como se eu pudesse, de alguma forma, jogar uma boia salva-vidas a qual ela pudesse se agarrar naquele momento.
E eu olhava pra ela. Havia presenciado o Gato rejeitando-a, o seu coração se partindo e estava olhando ela parada ali, enquanto ela me olhava. Então o sinal se fechou e eu atravessei a rua, havia abandonado a pobre Cutia, assim como o Gato o fizera.
Afinal, humanos podem ser mais cutias e gatos do que imaginamos.
Em mundo de Gato e Cutia, quem não é Gato, é Cutia.
E eu era a Cutia naquele momento.
P.S.: ESSA É UMA HISTÓRIA VERÍDICA QUE REALMENTE ACONTECEU COMIGO, ME TOCOU MUITO, NÃO ZOEM. E ESSA CUTIA SABE NADAR, FLW? Obrigado.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Mr. Stuff A Lot
Depois de mistério quanto a última foto, aqui está revelado: ESTE É O PROTÓTIPO DO MAIS QUERIDO -- O MR. STUFF A LOT, desenhado por ninguém menos que Luísa Resende (não tem problema, podem parar de se perguntar quem é ela, ela não é famosa, mas desenhou o nosso mascote, então é querida)
Breve vocês saberão mais sobre sua vida e em todas as encrencas que ele e sua turminha se meteram na Sessão da Tarde... digo
Breve vocês saberão mais sobre sua vida e em todas as encrencas que ele e sua turminha se meteram na Sessão da Tarde... digo
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Travestis Também Salvam Suas Mães
Recordar é viver! Mas nem sempre viver é tão bom assim... Enquanto arrumava minhas gavetas hoje, encontrei esse texto, de uma longínqua época: 2011, quando eu estava no 8º ano.
É uma simples redação em dupla proposta pela professora de Português da época. Escrevi-a em conjunto com o meu amigo de longa-data cujo nome vocês verão no texto. Não sei se foi uma boa ideia postar aqui, mas bateu aquela vontade de fazê-lo. Estou começando a entender porque ninguém gostava de mim em 2011e eu não conseguia uma namorada. O texto foi "escaneado" com um tablet, então, não reclamem, stuffãs. Se estiver muito pequeno, cliquem nas imagens e sejam felizes... ou não. Mas lembre-se, dotes literários vêm desde a infância. O problema é que eu ainda não decidi se eu o tenho ou não
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
The blogue
Desculpa a falta de postagens novas no blog. Eu estou muito ocupado esses dias, pois minhas aulas começaram. Pelo menos temos mais postagens que o Chaveiro e atualizamos com mais frequência. Todavia, eu e o Guil estamos trabalhando em algo realmente animador!! Prepare-se para conhecer o Mr. Stuff A Lot... em pessoa... ou quase isso
*música tensa e reveladora* (deixo que vocês imaginem como ela é, quem quiser, coloque nos comentários um vídeo com a tal música)
Obrigado pela compreensão, Stuffãs!!!
*música tensa e reveladora* (deixo que vocês imaginem como ela é, quem quiser, coloque nos comentários um vídeo com a tal música)
Obrigado pela compreensão, Stuffãs!!!
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
A difícil vida de quem mora em Jacarepaguá
Um amigo meu é morador do bairro da zona oeste carioca chamado Jacarepaguá. É longe da minha casa, muita gente tem preconceito, porque é a casa de lugares como Curicica (jacarepaguenses estão rindo; você que está lendo, provavelmente não). Hoje mesmo, na aula de Espanhol, eu tinha que falar lugares onde estive nas minhas férias. Falei que estive em Jacarepaguá, com sotaque hispânico (Racarepaguá), e ouvi muitas risadinhas quando disse em voz alta. Risadinhas, não. Risadonas. Eu, particularmente, gosto muito desse bairro, mas é engraçado como o nome dele é derivado de um bichinho (eu acho que vem de "jacaré", pelo menos). O paguá é... "Pra água", obviamente. Até porque, no bairro vizinho, Barra da Tijuca, há vários lagos em que há jacarés naguá. E quando eles estavam fora do lago, mas indo em sua direção, estavam indo paguá, esses jacarés.
Essa é a história resumida da criação do nome deste ilustre bairro. O cacique Carlos Tura foi quem o nomeou.
O motivo de todo esse post era mostrar pra vocês esse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=AasVNrid-1E
Espero que tenham gostado, hê.
Essa é a história resumida da criação do nome deste ilustre bairro. O cacique Carlos Tura foi quem o nomeou.
O motivo de todo esse post era mostrar pra vocês esse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=AasVNrid-1E
Espero que tenham gostado, hê.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Mr. Stuff A Lot ganha vida
Todos conhecemos e adoramos blog Mr. Stuff A Lot, claro, mas uma coisa curiosa é que ninguém de fato conhece o Mr. Stuff A Lot.
Dudumonkey e os Adolepeixes já são personalidades ícones e famosas do blog, todos os conhecem, mas o Mr. Stuff A Lot, cujo o nome do blog é inspirado nesta grande personalidade única, ninguém conhece.
Então eu e o Kadu decidimos personificar o Mr. Stuff A Lot.
Nossa ideia é criar um personagem, criar sua aparência física, personalidade e peculiaridades. E pediremos para alguém desenhar o nosso querido Mr. Stuff A Lot, para que vocês, nossos queridos Stuffãs, possam vê-lo e apreciá-lo. A ideia ainda está em andamento, mas já decidimos a maior parte das características físicas, as quais esperamos dizer a vocês quando o desenho do Mr. Stuff A Lot estiver pronto.
Nós também pensamos em escrever uma série de contos dedicada a vida do Mr. Stuff A Lot, mas nós não temos certeza se o faremos (eu pessoalmente acho a ideia demais). Comentem nessa postagem o que vocês acham dessa ideia. Mas que iremos personificá-lo é certo.
Stuffbeijos e stuffabraços
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
STUFFIN' WITH MR. STUFF A LOT
A ideia é ocupar o Facebook com blogs, quebrar a monotonia de fotos de almoços ou bichos de estimação. Quem comentar esse post receberá o nome de um blog (que, obviamente, será o melhor) e deverá então publicar uma foto explicando ele. Copie esse texto no seu mural junto com a imagem.
Me deram: Mr. Stuff A Lot (o melhor que tem)
Quem comentar ganha um blog, ou melhor, o Mr. Stuff A Lot, pra postar no Facebook
TEM IMAGEM QUE DEFINE MELHOR O MR. STUFF A LOT? EU ACHO QUE NÃO. FINALMENTE FOTOGRAFAMOS O MACACO DUDU FAZENDO SUAS PERIPÉCIAS NO AQUÁRIO DOS ADOLEPEIXES! Este é um marco histórico, que não só fará parte, como terá um capítulo inteiro dedicado a ele no Evangelho Mr. Stuff A Lot, que será reverenciado por muitos fiés três dias após o renascimento do Macaquinho
Me deram: Mr. Stuff A Lot (o melhor que tem)
Quem comentar ganha um blog, ou melhor, o Mr. Stuff A Lot, pra postar no Facebook
TEM IMAGEM QUE DEFINE MELHOR O MR. STUFF A LOT? EU ACHO QUE NÃO. FINALMENTE FOTOGRAFAMOS O MACACO DUDU FAZENDO SUAS PERIPÉCIAS NO AQUÁRIO DOS ADOLEPEIXES! Este é um marco histórico, que não só fará parte, como terá um capítulo inteiro dedicado a ele no Evangelho Mr. Stuff A Lot, que será reverenciado por muitos fiés três dias após o renascimento do Macaquinho
Eu Sei O Que Você Fez No Orfanato Passado
Não estava conseguindo dormir. A ansiedade era demais, tanta que, quando raiou o dia, ainda não tinha conseguido dormir. Mas quem liga? Era meu aniversário de 10 anos! E minha querida avó Zeugma me prometeu que o presente desse ano ia ser bem melhor do que a coleção de pólvora do vovô que ela me deu no ano passado.
Ela entrou em meu quarto, carregando um bolo de café (o dia começou bem, hein) e uma caixa de presente bem grande. Minha vozinha se aproximou da cama, cantando “parabéns-pra-você”, me oferecendo a caixa, a qual eu furiosamente desembrulhei. Lá dentro estava um filhote de pitbull extremamente fofo. Era tão lindinho que até tinha uma espuminha branca na boca. Ele parecia nervoso, mas ao ver minha vó, pulou de alegria e resolveu dar um beijo nela. Só que a intensidade foi tanta que acabou saindo sangue do pescoço dela.
O terrível bolo que ela segurava caiu, ainda com a vela acesa, na pilha de feno, incendiando quase que imediatamente o quarto inteiro, explodindo a coleção de pólvora de meu avô, que fez metade da casa explodir, junto com o pitbull, que acabou despedaçado na parede. A vizinha fofoqueira, Dona Hipotenusa, assistia tudo da janela e, antes que a coleção de dinamites do ano retrasado também fosse alcançada pelo incêndio que tomava conta da casa, correu para dentro e me buscou, em seus braços ossudos, me carregando pro lado de fora antes da casa ir para os ares. Eu nunca gostei de bolo de café.
Dona Hipotenusa já tinha seus filhos: os irmãos gêmeos siameses Seno, Cosseno e a recém-nascida Tangente. Não podia cuidar de mim também, então depois de ser rejeitado pela proprietária do salão de beleza local, Srta. Melanina, minha corajosa heroína, sempre muito crente, me colocou no Orfanato Pé do Filho, que também era extremamente religioso.
Ao contrário do que imaginava, ao invés de comer, rezar e amar, era o padre que me comia, rezava, mas não me amava. No primeiro dia de minha estadia no local, Padre Criptônio me flagrou tomando banho de porta aberta. Você sabe o resto. Desde então, passei a ser molestado diariamente.
Em um fatídico dia, Cauã Criptônio me levou para o armário do zelador e começou a fazer o que sabia fazer de melhor. Revoltado, durante o ato, agarrei uma furadeira elétrica. Quando consegui enfiar na tomada, ele também enfiou em mim. Pressionei o gatilho e botei a broca em suas... ferramentas, que começaram a vazar de tudo. O padre começou a gritar, atraindo os outros, que vieram correndo para ver o que se passava. Tranquei a porta e, para calar o homem, que tentava me impedir, fiz outro furo, dessa vez em sua orelha, de onde saíram pedaços de seu cérebro e muito, mas muito sangue. Não é que ele calou a boca?
Desesperados com a gritaria, os Padres Cádmio e Disprósio começaram a bater, esmurrar e jogar hóstias na porta. Eu tentei jogar o cadáver cheio de furos pelo basculante, mas entalou. Sem saber o que fazer, coloquei um saco de lixo sobre o corpo e, com uma caneta fosforescente que ali encontrei, escrevi as seguintes palavras: “Lixo tóxico. Não tocar, não carregar, não inalar nem nada”. Mas eu precisava explicar também porque todo aquele sangue. Não tinha outra opção: com uma machadinha que estava dando sopa numa das prateleiras, cortei meu dedo mindinho e abri a porta.
-Meu filho, o que aconteceu? – perguntou Cádmio, olhando para aquela cena atordoante.
-Eu cortei meu dedo sem querer.
-Mas o que raios você estava fazendo aqui?
-Brincando de índio. – respondi.
-Meu Deus, que desastre. Passa uma arnica, coloca um band-aid e boa noite, meu filho. – e, olhando para o Padre Disprósio, exorcista número um do orfanato, disse: - Amanhã é dia de levar o lixo tóxico para fora.
Fingi que voltei para cama, depois de estancar o sangue do dedo. Esperei os padres irem rezar a missa das duas da madrugada, voltando para o armário do zelador e cortando a prova do crime em pedacinhos com uma serra de ossos forense que encontrei ali mesmo no armário. O que será que o zelador andava fazendo com tudo isso? Então, atirei os restos mortais em cima de um carro branco que passava por ali. O motorista chamou a polícia, que chegou uns dez minutos depois, colocando um longo pano branco de seda, uma das mais finas de todo o Sri Lanka, para cobrir aquela nojeira e levar o que restou de meu molestador para o necrotério mais próximo. Analisaram os restos mortais de cima a baixo, e chegaram a conclusão chocante de que ele havia falecido, batido as botas, que eram lindas, por sinal: importadas das Filipinas, feitas com couro de dragão-de-komodo e manufaturadas por crianças escravizadas.
Os pedaços foram empacotados e transportados de helicóptero para o maquiador mais famoso e talentoso de toda Hollywood, para ter o rosto reconstruído, de acordo com o crânio quebrado, com a mais nova tecnologia 3D projetada especialmente para a ocasião. O maquiador trabalhou incansavelmente por 3 dias e 3 noites. Acaobou rejeitado pela esposa, que alegava que ele dava mais atenção ao trabalho do que ao seu relacionamento amoroso.
De qualquer forma, chegou à conclusão de que o rosto reconstruído era o do famoso ator Jack Nicholson. Assim que a notícia se espalhou pelo mundo inteiro, descobriram que o mesmo estava de férias em um cruzeiro de caridade nas Filipinas, ajudando o governo a substituir a mão-de-obra infantil escrava por aborígene.
Desolado, o grande maquiador resolveu roubar o que tivesse no defunto e fugir para o México, só que, em um dos bolsos de suas calças, foi achada uma carteira de identidade. O homem se suicidou depois dessa.
A investigação voltou para o orfanato assim que constataram de que o assassinado era o Padre Cauã Criptônio Jr.. Entrevistaram cada padre e freira, inclusive o Arcebispo da Paróquia. Vi e ouvi toda a cena por um buraco na fechadura da porta. Uma mulher gorda e negra, de cabelo curto e enrolado e aparência simpática, vestindo um terno feminino apertado demais para ela - o mesmo terninho que causava pânico nas crianças do orfanato, pois pensavam que se tratava de uma assistente social - sentava na cadeira de palha trançada oposta à escrivaninha de madeira de carvalho do Padre Cádmio, que oferecia água à policial enquanto sentava com cuidado, levantando a batina para não sentar nela.
-O que você deseja, Senhora...? Ou deveria dizer, Senhorita... – disse ele, que não conseguia parar de encarar os mamais, realçados pela vestimenta, de LeShawna, que se assemelhava muito à Queen Latifa.
-Qual foi a última vez que você viu o seu companheiro Criptonita? – partiu direto para o assunto.
-Criptônio. – corrigiu Cádmio, deixando escapar uma baba pelo canto da boca, enquanto ainda apreciava a vista.
-Você está bem? – perguntou LeShawna, limpando a baba da mão. – Olha, se você tiver tendo um derrame, só pra avisar que minha última experiência com derrames não foi tão boa, foi até meio engraçado, sabe, eu acabei me casando com um aborígene sem querer em um ritual típico australiano, sabe, mas aí um dia você não vai acreditar quem ligou para ele... O Jack Nicholson, convidando ele para fazer um negócio lá nos cinemas, eu não sei direito, mas... – o Padre retomou a consciência, desviando o olhar de seu virtuoso busto e a interrompeu, respondendo a pergunta:
-Eu o vi pela última vez quando o falecido, que Deus o tenha, estava levando um órfão novato para o armário do zelador...
-Por quê?
-É como um ritual de iniciação do nosso abrigo, mas isso não importa.
-Você sabe se o Padre tinha algum inimigo, ou algo do tipo?
-Todas as crianças do orfanato.
-Por quê?
-Por causa do ritual de iniciação...
Saíram da sala, sem me perceber, para o armário do zelador, onde a chefa de polícia, LeShawna achou dois quilos de dinamite.
-Ahm, Padre, esses dinamites... Vocês, aqui do orfanato, tem uma licença para estocar todos esses explosivos extremamente voláteis e perigosos no armário do zelador de um Abrigo Infantil recheado de bebês, crianças, pré-adolescentes e adolescentes em geral?
-Sim, claro, a autorização está ali do lado da pilha de feno.
-Essa?
-Não, a outra. É, essa. – e, enquanto a mulher tateava o piso de madeira em busca dos papéis, ela pegou e levantou, com sua luva de látex branca, um dedo decepado. Obviamente, meu dedo. Eu deveria ter jogado fora. Merda. A policial torceu a boca e apertou os olhos, perguntando, com nojo, de quem era o dedo.
-Ah, é de um garoto totalmente nada suspeito que veio para o orfanato depois de sua casa ser incendiada. Ele estava aqui com o padre, até então vivo, na noite do desastre. Ouvi um grito vindo daqui. A porta estava trancada, mas quando foi aberta, era só o garoto brincando de índio com uma machadinha nesse lugar, que estava completamente sujo de sangue e tinha um saco de lixo tóxico entalado no basculante. Pelo visto, o garoto se acidentou com a machadinha.
LeShawna apertou bem os olhos, olhou para cima, pensativa, depois olhou novamente para o dedo, lamentando:
-Tadinho.
Ao saírem do quarto, me encontraram no corredor. A policial esbarrou em mim e caí no chão. Ela se agachou, me olhando por inteiro, segurando aquele dedo sangrento, e falou para mim:
-Me desculpe, menininho. Coitado de você! Esse dedo é seu? – então, sem mais delongas, me entregou o mindinho e saiu andando. Quando estava prestes a entrar no carro, hesitou e voltou, provavelmente porque percebeu a idiotice. Montou uma sala de interrogação improvisada no próprio armário do zelador, o qual não aguentava mais esse bando de gente o tempo inteiro num espaço que deveria ser só dele. O telhado estava quase caindo porque ele não conseguia pegar nenhuma ferramenta há dias. – Por que você estava brincando de índio naquela fatídica noite? – perguntou ela, me olhando diretamente nos olhos, debruçada sobre a mesa, com os peitos quase em minha cara.
-Porque índios são legais.
-MENTIROSO! – e ela me deu um tapa na cara. – Perdão! É que eu estou tão acostumada a fazer isso que agi sem pensar antes. Bem, mas por que você estava brincando de índio na noite em que o padre foi assassinado?
-Bem, por acaso ago... - e ela me interrompeu com outro tapa:
-MENTIROSO! – logo depois se desculpou novamente. LeShawna, que estava, obviamente, com uma TPM braba, se debruçou novamente sobre a mesa, me olhando de um jeito assustador, como se ela estivesse encarando minha alma. Finalmente, disse: – Eu tenho quase certeza que foi você, eu sinto que... – peguei um taser, uma arma de choque que curiosamente estava por ali e a eletrocutei. Saí correndo pelo orfanato, fugindo dos policiais subordinados de LeShawna, Theodoro e Apolo, que vieram atrás de mim, ao perceberem meu comportamento esquisito. Passando pelo portão e pisando na calçada, observei que era dia do caminhão de lixo tóxico passar. Sem pensar muito, já que era o único veículo da avenida em movimento naquele instante, agarrei nas barras de metal da traseira e fui, agarrado, junto do automóvel.
A Avenida era reta, o que deu tempo para os tiras entrarem no carro e partirem a toda velocidade atrás do caminhão. Com medo, estendi minha mão no ar, para me proteger do carro que poderia acabar me acertando. Para minha surpresa, a radiação do lixo tóxico com o qual eu entrei em contato foi tão forte que me alterou, e um jato de lava saiu do meu pulso, em uma explosão, derretendo o para-brisa na face dos dois policiais. O carro explodiu e foi pelos ares, esmagando uma velhinha aleatória do outro lado da rua.
Bem, isso é o que eu gostaria que tivesse acontecido. Na verdade, o único “superpoder” que eu consegui entrando em contato com aquele lixo tóxico foi câncer na laringe. A parte da frente da viatura foi empurrada contra a parte de trás do caminhão, que freou bruscamente, esmagando todos os ossos e nervos possíveis de minha perna esquerda que estava para fora, partindo-a em duas, estourando, derramando medula óssea pelo asfalto. Os médicos não conseguiram salvar minha perna. Grande surpresa. Eles ainda confundiram o membro inferior saudável com o esmagado e acabaram amputando o direito também. De qualquer jeito, paraplégico e com dez anos de idade, fui enfiado em uma prisão para sempre, dividindo a cela com um gordão que acabou sendo liberado, já que não cabia mais naquele espaço apertado.
Agora sou um solitário perneta em um presídio de segurança máxima. Pelo menos a prisão não está sendo tão ruim assim, já que passei muito tempo no orfanato e já estava acostumado com as visitas inconvenientes no lado de trás.
Ela entrou em meu quarto, carregando um bolo de café (o dia começou bem, hein) e uma caixa de presente bem grande. Minha vozinha se aproximou da cama, cantando “parabéns-pra-você”, me oferecendo a caixa, a qual eu furiosamente desembrulhei. Lá dentro estava um filhote de pitbull extremamente fofo. Era tão lindinho que até tinha uma espuminha branca na boca. Ele parecia nervoso, mas ao ver minha vó, pulou de alegria e resolveu dar um beijo nela. Só que a intensidade foi tanta que acabou saindo sangue do pescoço dela.
O terrível bolo que ela segurava caiu, ainda com a vela acesa, na pilha de feno, incendiando quase que imediatamente o quarto inteiro, explodindo a coleção de pólvora de meu avô, que fez metade da casa explodir, junto com o pitbull, que acabou despedaçado na parede. A vizinha fofoqueira, Dona Hipotenusa, assistia tudo da janela e, antes que a coleção de dinamites do ano retrasado também fosse alcançada pelo incêndio que tomava conta da casa, correu para dentro e me buscou, em seus braços ossudos, me carregando pro lado de fora antes da casa ir para os ares. Eu nunca gostei de bolo de café.
Dona Hipotenusa já tinha seus filhos: os irmãos gêmeos siameses Seno, Cosseno e a recém-nascida Tangente. Não podia cuidar de mim também, então depois de ser rejeitado pela proprietária do salão de beleza local, Srta. Melanina, minha corajosa heroína, sempre muito crente, me colocou no Orfanato Pé do Filho, que também era extremamente religioso.
Ao contrário do que imaginava, ao invés de comer, rezar e amar, era o padre que me comia, rezava, mas não me amava. No primeiro dia de minha estadia no local, Padre Criptônio me flagrou tomando banho de porta aberta. Você sabe o resto. Desde então, passei a ser molestado diariamente.
Em um fatídico dia, Cauã Criptônio me levou para o armário do zelador e começou a fazer o que sabia fazer de melhor. Revoltado, durante o ato, agarrei uma furadeira elétrica. Quando consegui enfiar na tomada, ele também enfiou em mim. Pressionei o gatilho e botei a broca em suas... ferramentas, que começaram a vazar de tudo. O padre começou a gritar, atraindo os outros, que vieram correndo para ver o que se passava. Tranquei a porta e, para calar o homem, que tentava me impedir, fiz outro furo, dessa vez em sua orelha, de onde saíram pedaços de seu cérebro e muito, mas muito sangue. Não é que ele calou a boca?
Desesperados com a gritaria, os Padres Cádmio e Disprósio começaram a bater, esmurrar e jogar hóstias na porta. Eu tentei jogar o cadáver cheio de furos pelo basculante, mas entalou. Sem saber o que fazer, coloquei um saco de lixo sobre o corpo e, com uma caneta fosforescente que ali encontrei, escrevi as seguintes palavras: “Lixo tóxico. Não tocar, não carregar, não inalar nem nada”. Mas eu precisava explicar também porque todo aquele sangue. Não tinha outra opção: com uma machadinha que estava dando sopa numa das prateleiras, cortei meu dedo mindinho e abri a porta.
-Meu filho, o que aconteceu? – perguntou Cádmio, olhando para aquela cena atordoante.
-Eu cortei meu dedo sem querer.
-Mas o que raios você estava fazendo aqui?
-Brincando de índio. – respondi.
-Meu Deus, que desastre. Passa uma arnica, coloca um band-aid e boa noite, meu filho. – e, olhando para o Padre Disprósio, exorcista número um do orfanato, disse: - Amanhã é dia de levar o lixo tóxico para fora.
Fingi que voltei para cama, depois de estancar o sangue do dedo. Esperei os padres irem rezar a missa das duas da madrugada, voltando para o armário do zelador e cortando a prova do crime em pedacinhos com uma serra de ossos forense que encontrei ali mesmo no armário. O que será que o zelador andava fazendo com tudo isso? Então, atirei os restos mortais em cima de um carro branco que passava por ali. O motorista chamou a polícia, que chegou uns dez minutos depois, colocando um longo pano branco de seda, uma das mais finas de todo o Sri Lanka, para cobrir aquela nojeira e levar o que restou de meu molestador para o necrotério mais próximo. Analisaram os restos mortais de cima a baixo, e chegaram a conclusão chocante de que ele havia falecido, batido as botas, que eram lindas, por sinal: importadas das Filipinas, feitas com couro de dragão-de-komodo e manufaturadas por crianças escravizadas.
Os pedaços foram empacotados e transportados de helicóptero para o maquiador mais famoso e talentoso de toda Hollywood, para ter o rosto reconstruído, de acordo com o crânio quebrado, com a mais nova tecnologia 3D projetada especialmente para a ocasião. O maquiador trabalhou incansavelmente por 3 dias e 3 noites. Acaobou rejeitado pela esposa, que alegava que ele dava mais atenção ao trabalho do que ao seu relacionamento amoroso.
De qualquer forma, chegou à conclusão de que o rosto reconstruído era o do famoso ator Jack Nicholson. Assim que a notícia se espalhou pelo mundo inteiro, descobriram que o mesmo estava de férias em um cruzeiro de caridade nas Filipinas, ajudando o governo a substituir a mão-de-obra infantil escrava por aborígene.
Desolado, o grande maquiador resolveu roubar o que tivesse no defunto e fugir para o México, só que, em um dos bolsos de suas calças, foi achada uma carteira de identidade. O homem se suicidou depois dessa.
A investigação voltou para o orfanato assim que constataram de que o assassinado era o Padre Cauã Criptônio Jr.. Entrevistaram cada padre e freira, inclusive o Arcebispo da Paróquia. Vi e ouvi toda a cena por um buraco na fechadura da porta. Uma mulher gorda e negra, de cabelo curto e enrolado e aparência simpática, vestindo um terno feminino apertado demais para ela - o mesmo terninho que causava pânico nas crianças do orfanato, pois pensavam que se tratava de uma assistente social - sentava na cadeira de palha trançada oposta à escrivaninha de madeira de carvalho do Padre Cádmio, que oferecia água à policial enquanto sentava com cuidado, levantando a batina para não sentar nela.
-O que você deseja, Senhora...? Ou deveria dizer, Senhorita... – disse ele, que não conseguia parar de encarar os mamais, realçados pela vestimenta, de LeShawna, que se assemelhava muito à Queen Latifa.
-Qual foi a última vez que você viu o seu companheiro Criptonita? – partiu direto para o assunto.
-Criptônio. – corrigiu Cádmio, deixando escapar uma baba pelo canto da boca, enquanto ainda apreciava a vista.
-Você está bem? – perguntou LeShawna, limpando a baba da mão. – Olha, se você tiver tendo um derrame, só pra avisar que minha última experiência com derrames não foi tão boa, foi até meio engraçado, sabe, eu acabei me casando com um aborígene sem querer em um ritual típico australiano, sabe, mas aí um dia você não vai acreditar quem ligou para ele... O Jack Nicholson, convidando ele para fazer um negócio lá nos cinemas, eu não sei direito, mas... – o Padre retomou a consciência, desviando o olhar de seu virtuoso busto e a interrompeu, respondendo a pergunta:
-Eu o vi pela última vez quando o falecido, que Deus o tenha, estava levando um órfão novato para o armário do zelador...
-Por quê?
-É como um ritual de iniciação do nosso abrigo, mas isso não importa.
-Você sabe se o Padre tinha algum inimigo, ou algo do tipo?
-Todas as crianças do orfanato.
-Por quê?
-Por causa do ritual de iniciação...
Saíram da sala, sem me perceber, para o armário do zelador, onde a chefa de polícia, LeShawna achou dois quilos de dinamite.
-Ahm, Padre, esses dinamites... Vocês, aqui do orfanato, tem uma licença para estocar todos esses explosivos extremamente voláteis e perigosos no armário do zelador de um Abrigo Infantil recheado de bebês, crianças, pré-adolescentes e adolescentes em geral?
-Sim, claro, a autorização está ali do lado da pilha de feno.
-Essa?
-Não, a outra. É, essa. – e, enquanto a mulher tateava o piso de madeira em busca dos papéis, ela pegou e levantou, com sua luva de látex branca, um dedo decepado. Obviamente, meu dedo. Eu deveria ter jogado fora. Merda. A policial torceu a boca e apertou os olhos, perguntando, com nojo, de quem era o dedo.
-Ah, é de um garoto totalmente nada suspeito que veio para o orfanato depois de sua casa ser incendiada. Ele estava aqui com o padre, até então vivo, na noite do desastre. Ouvi um grito vindo daqui. A porta estava trancada, mas quando foi aberta, era só o garoto brincando de índio com uma machadinha nesse lugar, que estava completamente sujo de sangue e tinha um saco de lixo tóxico entalado no basculante. Pelo visto, o garoto se acidentou com a machadinha.
LeShawna apertou bem os olhos, olhou para cima, pensativa, depois olhou novamente para o dedo, lamentando:
-Tadinho.
Ao saírem do quarto, me encontraram no corredor. A policial esbarrou em mim e caí no chão. Ela se agachou, me olhando por inteiro, segurando aquele dedo sangrento, e falou para mim:
-Me desculpe, menininho. Coitado de você! Esse dedo é seu? – então, sem mais delongas, me entregou o mindinho e saiu andando. Quando estava prestes a entrar no carro, hesitou e voltou, provavelmente porque percebeu a idiotice. Montou uma sala de interrogação improvisada no próprio armário do zelador, o qual não aguentava mais esse bando de gente o tempo inteiro num espaço que deveria ser só dele. O telhado estava quase caindo porque ele não conseguia pegar nenhuma ferramenta há dias. – Por que você estava brincando de índio naquela fatídica noite? – perguntou ela, me olhando diretamente nos olhos, debruçada sobre a mesa, com os peitos quase em minha cara.
-Porque índios são legais.
-MENTIROSO! – e ela me deu um tapa na cara. – Perdão! É que eu estou tão acostumada a fazer isso que agi sem pensar antes. Bem, mas por que você estava brincando de índio na noite em que o padre foi assassinado?
-Bem, por acaso ago... - e ela me interrompeu com outro tapa:
-MENTIROSO! – logo depois se desculpou novamente. LeShawna, que estava, obviamente, com uma TPM braba, se debruçou novamente sobre a mesa, me olhando de um jeito assustador, como se ela estivesse encarando minha alma. Finalmente, disse: – Eu tenho quase certeza que foi você, eu sinto que... – peguei um taser, uma arma de choque que curiosamente estava por ali e a eletrocutei. Saí correndo pelo orfanato, fugindo dos policiais subordinados de LeShawna, Theodoro e Apolo, que vieram atrás de mim, ao perceberem meu comportamento esquisito. Passando pelo portão e pisando na calçada, observei que era dia do caminhão de lixo tóxico passar. Sem pensar muito, já que era o único veículo da avenida em movimento naquele instante, agarrei nas barras de metal da traseira e fui, agarrado, junto do automóvel.
A Avenida era reta, o que deu tempo para os tiras entrarem no carro e partirem a toda velocidade atrás do caminhão. Com medo, estendi minha mão no ar, para me proteger do carro que poderia acabar me acertando. Para minha surpresa, a radiação do lixo tóxico com o qual eu entrei em contato foi tão forte que me alterou, e um jato de lava saiu do meu pulso, em uma explosão, derretendo o para-brisa na face dos dois policiais. O carro explodiu e foi pelos ares, esmagando uma velhinha aleatória do outro lado da rua.
Bem, isso é o que eu gostaria que tivesse acontecido. Na verdade, o único “superpoder” que eu consegui entrando em contato com aquele lixo tóxico foi câncer na laringe. A parte da frente da viatura foi empurrada contra a parte de trás do caminhão, que freou bruscamente, esmagando todos os ossos e nervos possíveis de minha perna esquerda que estava para fora, partindo-a em duas, estourando, derramando medula óssea pelo asfalto. Os médicos não conseguiram salvar minha perna. Grande surpresa. Eles ainda confundiram o membro inferior saudável com o esmagado e acabaram amputando o direito também. De qualquer jeito, paraplégico e com dez anos de idade, fui enfiado em uma prisão para sempre, dividindo a cela com um gordão que acabou sendo liberado, já que não cabia mais naquele espaço apertado.
Agora sou um solitário perneta em um presídio de segurança máxima. Pelo menos a prisão não está sendo tão ruim assim, já que passei muito tempo no orfanato e já estava acostumado com as visitas inconvenientes no lado de trás.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
O Golfinho dos Ovos de Ouro
Era como se toda a humanidade tivesse
de repente ficado imbecil e você fosse a única pessoa sã restante
em todo o planeta. Por acaso, o seu nome era Sofia.
O seu pesadelo começou na tarde de um
domingo, como a maioria dos pesadelos das pessoas começa. Você
estava no seu quarto usando o computador quando seu pai te chamou
afobadamente:
-Sofia, vem aqui ver isso, você não
pode perder isso, é incrível! Sofia, é fantástico!!!
-O que é tão incrível assim? - Você
respondeu sem ânimo.
-Venha pra sala ver!
Então você acompanhou seu pai até a
sala. Estava passando uma reportagem, nada muito incrível. Sua mãe
estava sentada no sofá, ela estava excitada e animada com a
reportagem, seu pai logo se juntou a ela no sofá e os dois estavam
superanimados. Seu irmão saiu correndo do quarto dele e também se
sentou no sofá. Você não estava entendendo nada.
-O que tem de tão especial em uma
reportagem?
-Shhhiu, não interrompa!
E então você percebeu. A reportagem
era sobre um golfinho... Que tinha botado um ovo? Era ridícula, um
golfinho que botou um ovo, era algo idiota. Claro que você sabia que
existem esses programas sensacionalistas que fazem de tudo pra ganhar
uma audiência, que jogam as besteiras mais surreais do mundo num
programa, pegam alguns dados sem fundamentos e uns argumentos com
fundamentos baseados nesses dados sem fundamentos construindo um
programa com fundamentos baseados em argumentos baseados em dados sem
nenhum fundamento sobre alguma coisa surreal que supostamente seria
real alegando ter fundamentos para tal afirmação, mas no final das
contas, eles não têm.
Mas golfinho botando um ovo? Quem
cairia nessa? Pelo visto os seus pais e seu irmão.
-Gente, isso é ridículo, golfinhos
não botam ovos, isso é tudo uma grande mentira, chega a ser idiota,
até.
-Como assim uma grande mentira, Sofia?
Tá na TV! Você não está vendo? Bem em sua frente, um golfinho e
um ovo. O OVO QUE O GOLFINHO PÔS. É COMPLETAMENTE INCRÍVEL, SOFIA!
- O seu irmão parecia um pouco animado demais.
Sua família estava vidrada na TV,
pareciam hipnotizados por ela.
-Golfinhos não põem ovos, gente. Não
sei se vocês sabem, mas essa pequena teoria da incapacidade de
golfinhos botarem ovos, assim como todos os outros mamíferos do
planeta terra, é provada cientificamente.
-Mas tá na TV, Sofia! Você não
consegue ver? - Foi o seu pai que defendeu o ponto de vista da
televisão dessa vez.
-Tá, talvez nem todos os mamíferos,
o ornitorrinco põe ovos, mas até que me provem que esse golfinho é
um ornitorrinco disfarçado, ele continua a não pôr ovos.
-Vem cá sentar ver o programa com a
gente!
Você revirou os olhos, mas se sentou,
não perderia a incrível oportunidade de ver o golfinho dos ovos de
ouro, não?
Havia uma repórter, ela estava em uma
espécie de zoológico e ao fundo tinha um tanque de água gigantesco
com um golfinho dentro dele. E um ovo relativamente grande, um pouco
menor que um ovo de avestruz, e ele era meio acinzentado.
-É simplesmente inacreditável, este
golfinho que está bem a sua frente pôs um ovo! É surreal! O
diretor do zoológico falou que esse sempre fora um golfinho muito
habilidoso e especial, mas pôr um ovo, é fantástico demais!
Cientistas estudaram o ovo e definitivamente foi o golfinho que botou
este ovo! Hoje o mundo dá uma virada graças a este golfinho e sua
cria!
Você pegou o controle remoto e mudou
de canal. Mas no outro canal passava uma outra reportagem sobre o
golfinho, mudou o canal de novo, ainda passava a reportagem sobre o
golfinho, e em todos os canais passavam reportagens variadas sobre o
golfinho e seu ovo. Até que você pôs na Globo e não estava
passando reportagem sobre o golfinho. Ao que o seu irmão reagiu:
-ISSO A GLOBO NÃO MOSTRA! REDE
MANIPULADORA!
Você fez um gemido, deu um tapinha na
cabeça do seu irmão e foi para o seu quarto ler um livro.
Quando você chegou na escola no dia
seguinte, antes da aula começar, você foi logo falar com seus
amigos sobre o ocorrido:
-Gente, vocês acreditam que meus pais
passaram o dia todo assistindo a diferentes reportagens sobre um
golfinho que pôs um ovo? - Você deu uma risada. - Era escroto
demais.
-Você também viu a reportagem,
Sofia? Meu Deus, era incrível! Eu chorei.
-Eu também chorei! Era emocionante
demais! Eu não consegui me conter. - Outra amiga sua comentou.
Seu namorado chegou por trás de você,
te deu um beijo rápido.
-Bom dia, Sofia!
-Bom d... - E então você congelou.
E em seguida uns sons incompreensíveis
saíram de sua boca quando você tentava falar algo. Você tinha
percebido a camisa que ele estava usando. Havia um mar e diversos
golfinhos dentro dele e um ninho cheio de ovos no fundo do mar e os
dizeres “Eu sou um golfinhomaníaco!” acima. Era algo tosco
demais para existir.
-Camisa legal, onde você comprou? -
Uma de suas amigas perguntou.
-Ah, foi aqui perto!
E seus amigos e namorado ficaram
conversando sobre o golfinho e seu ovo enquanto você se afastava
deles. Sentou-se em seu lugar e esperou a aula começar.
A primeira aula era a de biologia, a
sua matéria favorita, claro. Você amava biologia. Portanto é claro
que tudo saiu errado nessa aula de biologia.
Primeiramente, o professor entrou com
uma camisa com um golfinho jorrando água pelo buraco que eles usam
para respirar e ovos dourados ao lado do golfinho e embaixo estava
escrito “O nosso golfinho dos ovos de ouro!”.
Em seguida você teve uma hora e meia
de estudo sobre a biologia dos golfinhos e como é totalmente
possível que eles ponham ovos e como todos estiveram errados sobre
os golfinhos durante tanto tempo. E pela primeira vez todos menos
você adoraram a aula de biologia.
E daí a pior.
Nos meses que se seguiram antes de o
ovo rachar a situação conseguiu chegar a um nível tão estúpido
que você não estava mais acreditando que aquilo tudo era parte da
realidade. Criaram novelas baseadas em golfinhos, reality shows com
temas em golfinhos, investiram quantidades absurdas de dinheiro para
construir um estádio gigantesco para o dia que o ovo estivesse
previsto para rachar. Claro que ninguém sabia quanto tempo demorava
para um ovo de golfinho rachar, mas o monitoravam diariamente,
contrataram os melhores especialistas do mundo em... Ovos de
golfinhos?
O grande dia estava chegando e, claro,
seu pai comprou ingressos para toda a família ir assistir o maior
evento da história de pertinho na arquibancada.
E o grande dia chegou. E você foi,
afinal, não podia perder a oportunidade de ver a cara de todos
quando descobrissem que não havia golfinho nenhum dentro daquele
ovo. O estádio se chamava Ovo de Ouro, e era o mais novo e maior
estádio do mundo. E ele ficou lotado, não sobraram assentos. O
golfinho estava no seu tanque com o ovo, ele estava nadando em
círculos sem ligar para toda a multidão. E que multidão. Tinha
gente de todos os cantos do mundo lá, de todos os continentes e das
culturas mais diversas que você podia imaginar, todos para ver um
ovo rachar. E você estava entre elas.
Um homem estava no centro do estádio,
ao lado do tanque do golfinho, ele anunciou no microfone:
-Hoje é um grande dia para a
humanidade. - havia uma tradutora do lado do homem que repetia todas
as suas palavras em inglês – Depois de hoje nada será igual, a
Terra não girará na mesma velocidade, nossos corações não
baterão mais no mesmo ritmo, nossas mentes não pensarão mais da
mesma forma. - Houve uma salva de palmas por alguns minutos. - Hoje é
o dia em que o ovo racha! E um sortudo da plateia virá aqui para
poder acariciar o golfinho quando este nascer!
A plateia inteira vibrou e um holofote
começou a iluminar pessoas aleatórias da plateia, as pessoas
iluminadas apareciam em um telão, mas logo em seguida o holofote se
movia para outra pessoa. E é claro que com a sorte que você tem o
holofote parou em você e depois não se moveu mais.
-Caraca, Sofia, você é abençoada!
Vai lá! - Seu irmão gritou por cima dos gritos da multidão.
-Será que eu sou? - Você não
compartilhava dos mesmos sentimentos do seu irmão.
Uns guardas chegaram e acompanharam
você até o centro do estádio. O homem que estava ditando o
discurso falou:
-Então, você é a garota sortuda!
Como está se sentindo estando na posição que todos do mundo
gostariam de estar?
-Tá, que seja, vamos ver logo o que
vai sair desse ovo. Quero ver se todos continuarão tão alegres.
Depois que a tradutora repetiu suas
palavras a multidão começou a te vaiar. Porém você não ligou,
porque logo tudo voltaria ao normal, assim que aquele ovo rachasse e
o que tivesse que sair de dentro dele saísse, tudo voltaria ao
normal. Chega de golfinhomaníacos, chega de golfinhos dos ovos de
ouro, chega de aulas de biologia surreais, chega.
E você e a plateia esperaram.
O tanque no qual o golfinho estava era
raso, você conseguiria pegar o ovo do fundo se você quisesse. O que
não foi preciso, porque logo o ovo começou a rachar.
A plateia se calou enquanto a
criaturinha estava saindo do ovo e quando a casca se quebrou
completamente e a criatura estava livre no tanque, afinal, você
estava certa. Não existia tal coisa maluca que nem um ovo de
golfinho, afinal, golfinhos são mamíferos. Mas você não conseguiu
conter a excitação ao ver que o que saiu do ovo fora um dodó.
Você rapidamente o tirou da água e o
pôs no chão para que pudesse respirar.
ERA UM DODÓ, UM OVO DE DODÓ, UM DODÓ
VIVO, UMA AVE EXTINTA HÁ MUITO AGORA VIVA, BEM NA SUA FRENTE, E VOCÊ
FOI A PRIMEIRA A TOCÁ-LA!!!
Você ficou eufórica, era incrível
demais para ser real.
O apresentador do evento parecia
envergonhado.
-Então, aparentemente o ovo não era
do golfinho...
Você pegou o microfone:
-Isso é incrível! Golfinhos não
põem ovos, mas o que temos aqui é um dodó! Um dodó vivo e real!
Isso sim é fantástico, imaginem só, nós acreditávamos que essa
ave estivesse extinta! Mas ela está bem aqui!
A plateia inteira começou a vaiar. E
uma agitação começou na plateia, de repente a plateia estava
invadindo o palco, furiosas. Em meio a gritaria das pessoas você
conseguiu compreender alguns gritos aleatórios:
-Eu vim aqui pra ver um ovo de
golfinho e é isso que recebo?
-Eu quero meu golfinho dos ovos de
ouro!
-Com tantos ovos de ave no mundo eu
pago pra ver só mais um?
Dentre diversos outros mais ofensivos.
As pessoas correram em direção ao dodó. O apresentador e a
tradutora saíram correndo do estádio, os guardas tentavam conter a
multidão, mas foram pisoteados. Você segurou o dodó imediatamente,
mas assim que você pôs as mãos na ave alguém te deu um chute
forte na barriga, você caiu para trás, enjoada e com dor. Sua visão
estava turva e a sua frente havia uma visão única.
Metade das culturas do mundo unidas
com o propósito de assassinar uma ave inocente que acabara de
nascer, metade das culturas unidas para assassinar uma espécie
inteira. Todos exigindo seu golfinho dos ovos de ouro inexistente.
Você perdeu a consciência durante o
sacrifício do último dodó do mundo.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Queridos stuffãs...
Eu e o cocô-criador desse blog, Guilherme, nos reunimos nesta sexta-feira aqui em minha casa. O plano era postar algo em conjunto (físico, no caso) pela primeira vez. Antes que vocês desçam a página procurando tal publicação, ela não ocorreu. Estávamos ocupados demais jogando 100 Floors. Achamos que vocês não merecem ser tão mimados assim, e que criatividade não nasce em árvore. Vocês continuarão recebendo atualizações diárias aqui, PORÉM, queremos participação mais ativa de vocês. Queremos comentários, aquela foto do macaco Dudu alimentando nossos Adolepeixes (que, aliás, quase morreram de fome um dia... mas que vergonha, e tem alguns aí que ainda se consideram stuffãs)...
Não que eu não ame vocês. Acredito que tudo irá melhorar a partir de agora, só gostaríamos de ter um pouco mais de reconhecimento, afinal, nós temos um blog. Não é para qualquer um, certo? Aliás, vocês gostaram do Mistério da Petshop? E, outra coisa... queria agradecê-los por tudo, mesmo, meus lindinhos.
Vocês gostam mais das postagens literárias, ou mais filosóficas e críticas? Deixem comentários respondendo (é sério)
Atenciosamente, o mais amado e Todo-Poderoso no Mr. Stuff A Lot,
Carlos Pilotto Heming (666, o segundo T é só para disfarçar)
Não que eu não ame vocês. Acredito que tudo irá melhorar a partir de agora, só gostaríamos de ter um pouco mais de reconhecimento, afinal, nós temos um blog. Não é para qualquer um, certo? Aliás, vocês gostaram do Mistério da Petshop? E, outra coisa... queria agradecê-los por tudo, mesmo, meus lindinhos.
Vocês gostam mais das postagens literárias, ou mais filosóficas e críticas? Deixem comentários respondendo (é sério)
Atenciosamente, o mais amado e Todo-Poderoso no Mr. Stuff A Lot,
Carlos Pilotto Heming (666, o segundo T é só para disfarçar)
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Os cocô-criadores do blogue |
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Uma Família Ideal
Os
pais de Marcos estavam sentados à mesa da sala um do lado do outro.
Eles sussurravam algumas palavras um para o outro, nervosos, seus
dedos estavam entrelaçados sobre a mesa.
Marcos
tinha acabado de descer as escadas, estava de casaco, as mãos
enfiadas nos bolsos, chegou pros pais:
-Então,
me chamaram pra quê?
Foi
a mãe quem começou:
-Marcos,
nós achamos que você já tem idade o suficiente pra ouvir o que
temos a falar. Nós somos uma família, somos só nós três e nós
não devíamos esconder segredos um dos outros.
-Segredos?
-Sim,
filho, segredos. E já está na hora de contarmos pra você, porque
eu e o sei pai confiamos em você e, acima de tudo, eu e seu pai te
amamos, nós te amamos muito, está bem?
-Está…
Esta
foi a vez do pai de falar:
-Então,
filho… Eu fumo maconha.
O
filho pareceu um pouco surpreso, mas quando ele ia falar algo a mãe
o interrompeu:
-E
eu uso heroína, uso e vendo, filho.
Os
olhos de Marcos se arregalaram.
-Ah,
filho, e eu sou pedófilo.
-E
eu sou necrófila. E tenho uma clínica de aborto no centro da
cidade. - Acrescentou a mãe.
Marcos
começava a gaguejar quando o pai o interrompeu:
-E
eu faço cirurgias ilegais, tipo trocar cor de olho, cirurgia
bariátrica sem recomendação médica.
-Marcos,
você não é filho do seu pai, você é filho do meu ex-amante.
Marcos
finalmente se fez ouvir:
-Como
assim você não é meu pai?! - gritou.
-Filho,
o Sérgio é seu pai! Pai é quem cria!
-Eu
quero conhecer meu pai biológico, e eu nem vou falar sobre as
drogas, ou sobre a clínica de abortos ou sobre as cirurgias ilegais,
eu quero somente conhecer meu pai biológico.
-Filho...
Não dá, a sua mãe o matou.
-O
quê?! - berrou e socou a mesa.
-Ele
tava me traindo com outra amante, você acredita nisso, Sérgio, como
ele pôde me trair com outra amante?
-Realmente,
amor, você já teve amantes melhores.
-Continuando,
filho, acalme-se. Eu sou assassina de aluguel. E eu fugi do hospício.
Ai, que lugarzinho ruim, mas pelo menos as pessoas de lá eram
legais.
O
filho não conseguia falar nada, apenas gaguejava.
-Marcos,
sabe o nosso porão que nunca deixamos você entrar lá alegando que
pode ter um vazamento de gás? Então, é uma câmara de tortura para
os traficantes concorrentes, e para nossos inimigos em geral. Nós
somos os líderes de uma gang, uma das gangs mais influentes da
cidade.
-Como
assim?! Vocês estão brincando comigo, eu não acredito em vocês.
Os
pais se entreolharam. A mãe se levantou, saiu da sala por alguns
instantes e quando voltou estava com um álbum de fotos na mão.
Sentou-se do lado de Marcos e abriu o álbum, começou a apontar para
as fotos:
-Essa
aqui sou eu na cama com o seu pai, seu pai biológico. - Depois
apontou para uma foto com crianças vendadas enfileiradas. - Essas
são as algumas das crianças que seu pai abusou sexualmente, mas
essa foto é mais antiga, era da época que fazíamos tráfico sexual
de crianças. – Apontou para outra foto, da mãe segurando uma
seringa. – Essa foi a primeira vez que eu fiz a mistura de cocaína
com heroína, a gente chama essa mistura de “speedball”.
-Ah,
olha pra essa foto aqui, amor, que saudades. – O pai apontou para
uma foto dele e da esposa há alguns anos, estavam segurando sacolas
cheias de dinheiro. – Foi nosso primeiro assalto a banco juntos!
-Ah,
aqui sou eu no nosso porão prestes a arrancar os dedos de um cara de
uma gang inimiga! Ah, e olha só aqui, a abertura da minha clínica
de abortos!
-Olha
essa aqui, amor! – o pai apontou para uma foto da mãe de costas,
ela estava segurando um martelo com ambas as mãos acima da cabeça,
ela estava meio inclinada, parecia que estava prestes a martelar algo
– Você matando o dono do hospício depois que eu te ajudei a fugir
dele! Aquele cretino, você devia ter dado mais marteladas nele.
Marcos
estava aterrorizado, mas ele notou uma foto peculiar, quero dizer,
peculiar considerando-se o conjunto de fotos.
-Que
isso? – Apontou pruma foto na qual um avião estava prestes a bater
em um prédio.
-Isso!
Filho, então, sabe o atentado das Torres Gêmeas? Nós que
organizamos tudo.
-Ah!
Um dos nossos melhores trabalhos! – Exclamou a mãe.
-Aqui
sou eu com minha segunda família. - Disse o pai ao apontar pra outra
foto.
-Segunda
família?!
-É,
filho, seu pai tem uma segunda família! Ele é casado com outra
mulher, mas não se preocupe, você não tem nenhum irmão, não. Ele
só está com essa mulher porque ela é dona de uma grande empresa,
então quando o seu pai e eu assassinarmos ela a empresa, ou pelo
menos parte dela, irá para o seu pai! Eu que tive a ideia! - De
repente a mãe se distraiu - Olha essa foto aqui! - Era a mãe e ao
fundo um prédio em chamas. - Eu depois de atear fogo a um prédio!
Todos acham que foi um mero acidente! - A mãe deixou escapar uma
risadinha.
-Você
é muito boa, amor. - Disse o pai antes de dar um beijo suave na
esposa. - Olhe, amor, aqui sou eu depois de ter fugido da prisão!
Não acredito que eu me deixei ser pego.
-Sim,
amor, foi descuido seu, mas não irá se repetir.
-Mas
vocês são procurados?! Eu sou filho de assassinos procurados!
-Mais
respeito, garoto, nós não somos só assassinos, nós
somos assassinos em série, incendiários, traficantes, terroristas,
fugitivos e muito mais, um pouco de reconhecimento ás vezes é bom,
não foi essa a educação que te damos. E nós invadimos a segurança
nacional e internacional
e apagamos todas as informações sobre nós, não sobrou nada nos
computadores deles, além disso estamos perseguindo alguns dos
agentes que ficaram mais envolvidos em nossos casos, já eliminamos a
maioria, mas depois que eu fui preso nós tomamos precauções em
dobro.
-Aqui, amor, você estuprando aquela
agente da polícia que tentou me prender uma vez!
-Boas lembranças.
Fecharam o álbum de fotos e se
voltaram para o filho.
-Acredita em nós agora?
Marcos estava paralisado.
Os pais estavam preocupados e se
entreolharam novamente. O pai se levantou e saiu da sala, voltou com
um bolo de papeis. Os pôs em cima da mesa:
-Filho,
nós temos um laboratório de
pesquisas.
-Pesquisas?
-Sim,
pesquisas. - O pai folheava os papais. Até achar um que pareceu lhe
agradar. - Aqui, é o
relatório do desenvolvimento de um vírus que mata em questão de
horas, a pessoa nem sabe que tem algo, até morrer, morte cerebral
quase que instantânea. E sabe o melhor? Exames de sangue não
mostram sinais desse vírus, conseguir um diagnóstico que aponte a
presença desse vírus é extremamente complicado. Nós o
desenvolvemos em nosso laboratório, ainda está sendo estudado e
aprimorado, mas esperamos que um dia seja a nossa melhor arma
biológica. Também produzimos compostos químicos letais e um
pouquinho de estudo sobre armas nucleares. - Deu uma pausa, como se
esperasse uma resposta do filho. - Vamos lá, Marcos! Eu sei que você
adora ciências, é sua matéria favorita! Se você quiser eu posso
te mostrar o laboratório! Mas nós teremos que retirar suas digitais
com ácido e te sedar primeiro, medidas de segurança. Teríamos que
vaciná-lo com algumas vacinas desenvolvidas por nós também.
O garoto continuava sem reação.
-Vou te mostrar algo que você vai
gostar! - disse a mãe com felicidade.
Saiu da sala saltitante e voltou
rapidamente, trazia alguma coisa enrolada em um pano consigo.
Pôs a coisa na mesa e desenrolou do
pano, era uma espécie de adaga.
-Filho,
uma das adagas que Jack o Estripador usava para estripar suas
vítimas! Incrível, não? É herança de família! Eu sou
descendente direta do Jack o Estripador! É tão excitante! Ninguém
sabe a identidade real dele, nem mesmo nós, ela se perdeu conforme o
tempo, mas a adaga não. Minha avó deu ela pra o meu pai, que a deu
pra mim e um dia esta adaga será sua, meu querido! Ela é uma
relíquia, um artefato de alto valor sentimental
pra mim! Sempre que eu olho pra ela eu me sinto inspirada, eu sei que
tem sangue puro correndo em minhas veias. - Lágrimas começaram a
escorrer pelo rosto da mãe. - Desculpe, filho, é que eu me
emociono. São muitos sentimentos trazidos com essa adaga. Vamos,
filho... Segure-a!
Marcos afastou a adaga e olhou pra
mãe:
-É impossível que você se sinta
orgulhosa com isso tudo.
-Ah, filho! Você logo vai entender.
-Eu já sei o que trazer pra você,
Marcos! Esperem um instante!
O pai voltou trazendo um martelo
consigo.
-Olhe, o martelo que sua mãe usou pra
matar o diretor do hospício! Boas lembranças...
Os pais fizeram uma pausa e por alguns
instantes a sala ficou em completo silêncio.
-Filho, nós sabemos que isso tudo
pode parecer um pouco assustador, mas nós ainda somos seus pais e
nós o amamos acima de tudo, e nós sempre te amaremos acima de tudo,
ok? Isso não muda nosso amor por você, nada mudará.
-Ok... E eu acho que eu também não
fui completamente honesto com vocês, afinal.
-Pode nos dizer qualquer coisa, filho.
- disse a mãe sorrindo.
-Pai, mãe... Eu sou gay.
-O... O q-quê, filho? - gaguejou a
mãe.
-O que você está querendo nos dizer
exatamente?
-Eu gosto de homens, pai, eu tinha um
namorado e tudo, mas eu não tinha coragem de contar pra vocês, mas
já que vocês tiveram coragem de contar isso pra mim, eu acho que
também tenho coragem pra contar pra vocês.
-Sabe, filho, no hospício eu conheci
essa mulher, ela sempre falava o quão mentiroso era o filho dela. E
aparentemente não acreditava na existência material de sofás, o
que era curioso, mas enfim. Mas ela também falava que por mais que o
filho dela fosse um baita mentiroso, era o mentiroso dela, o bebê
dela. Chegava a ser assustador. E, filho, como eu gostaria de poder
dizer que eu aceito o fato de você ser gay, assim como ela
aparentemente aceitava o fato do filho dela ser um mentiroso. Como eu
gostaria, filho, mas... Eu não posso.
- Filho meu não é gay. - Completou o
pai com raiva.
A mãe segurou a adaga e o pai apertou
com força o martelo e os dois olharam com olhos carnívoros pro
filho.
Nota do co-criador do blog Kadu: Marcos é o padrasto do Guilherme. PLOT TWIST.
Nota do co-criador do blog Kadu: Marcos é o padrasto do Guilherme. PLOT TWIST.
O MISTÉRIO DA PET SHOP - PARTE FINAL
PREPAREM-SE QUE COMEÇOU A PARTE FINAL DA TRILOGIA DE QUATRO DA EMOCIONANTE REDAÇÃO DE PORTUGUÊS: O MISTÉRIO DA PET SHOP
Para você que não leu as partes anteriores: 1, 2, 3, 4 (opa, é esse mesmo...)
Espero que curtam o desfecho...
Para você que não leu as partes anteriores: 1, 2, 3, 4 (opa, é esse mesmo...)
Espero que curtam o desfecho...
A chefa de polícia teve que esperar por sete horas e meia a loja fechar ao lado de um nerd desequilibrado irritante que fungava o tempo inteiro, ajeitando os óculos e que o nariz sangrava a cada meio minuto, do tipo que é level 160 paladino no “World of Warcraft”, e ainda por cima LeShawna teve de ficar no personagem, ao invés de mandar Arolfino (?) para o espaço.
Mas estava na hora, e ela
estava muito feliz por causa disso. Da próxima vez ela vai mandar outra
policial para fazer isso. Talvez a Maria Joana, que era uma maconheira e
conseguiria aguentar aquilo numa boa, mas ela não.
Enfim, todos os bichos já
haviam sido guardados, até o papagaio foi colocado de volta na gaiola, e chegou
a hora de LeShawna fazer sua parte, conduzindo Aristóteles (?) para o armário
do zelador.
Ao chegar lá, Assurbanipal (?)
trancou a porta, olhando para trás, empinando a bunda para a chefa de polícia.
Ele se vira, dançando, e num gesto com a mão para trás, abaixa a densidade da
luz para o ambiente ficar romântico. No meio da dança, ele desafivela o seu
cinto, jogando-o para um canto, e depois vai desabotoando a camisa lentamente,
com uma cara... Err... “Sensual”... abrindo o zíper e ficando, rapidamente, completamente
nu. LeShawna, enojada, queria terminar aquilo logo, então, o mais rápido que
pôde, colocou suas mãos no bolso de seu macacão preto plastificado e pegou sua
arma de eletrochoque defensiva e a aplicou nas pequenas partes privadas de
Arolfino (?), que caiu no chão de bunda para cima.
Ela procura, nas roupas
jogadas no chão, as chaves e acha, em um bolso das calças de Alistopheu (?), um
chaveiro do “Guerra nas Estrelas”. Andando pelos corredores e acendendo todas
as luzes no caminho, LeShawna fala no microfone pregado em sua roupa:
–A raposa está na toca.
–Quê?! – indagaram, do outro
lado, sem entender do que raios LeShawna estava falando, pois até onde eles
sabiam, petshop não vendiam raposas.
–O peixe mordeu a isca.
–Quê?! – se ouve do outro lado
da linha, novamente, pois de novo, até onde sabiam, em petshop também não tinha
nenhum “pesque-e-pague”.
–Eu abri a merda da porta! –
gritou LeShawna, e todos entenderam, entrando no estabelecimento com armas e
lanternas, do jeito cinematográfico que LeShawna tinha escrito no roteiro.
* * * * * * * * * * *
–Eu
ouvi alguma coisa... – sussurra Apolo, amedrontado, para Theodoro.
–Vieram para nos resgatar? –
perguntou Theodoro, baixinho, mas sem esconder certa alegria.
–Que lindo! – emocionou-se
Apolo.
Os dois se viam numa sala
escura... Ou melhor, não se viam numa sala escura, onde a única luz acesa era a
de uma luminária em cima de uma escrivaninha e, algumas vezes, umas luzes
verdes que piscavam. Uma voz vem do outro lado da jaula dos detetives:
–Não! Não pode ser! E eu que
pensei que essa era a certa! O que vou fazer... O que vou fazer?!!! – e começou
a choramingar.
–Não fique assim, tudo vai dar
certo! – reconfortou Apolo.
–Seu imbecil, ele nos
sequestrou! Tomara que ele se exploda! – exclamou Theodoro, sussurrando e dando
tapas em Apolo para ele se calar.
–O que você disse? QUE EU ME
EXPLODA? VÁ SE FODER, VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE MIM, SEU VIADINHO ESCROTO! –
explode o homem misterioso, e logo, silêncio absoluto. Theodoro estranha,
quando sente uma picada forte em seu braço esquerdo e logo, não sente mais
nada, desmaiando.
–Theo? – perguntou Apolo,
baixinho, tremendo, quando também sentiu a seringa em seu braço e apagou.
* * * * * * * * * * *
Avançando pelos corredores, os
policiais arrombam qualquer porta que estivesse em seus caminhos,
avassaladores. Bem ao estilo Theodoro, o mais alto de todos as derrubava com
chutes poderosíssimos. Até que chegaram à última porta, aquela mesma, a última
que nossa dupla dinâmica havia arrombado antes de mudarmos o rumo da história
para nossa querida heroína, LeShawna. Ela havia sido revestida com uma camada
metálica... O policial, inutilmente, tentou arrombar também, mas os ossos de
sua perna se fizeram em pedaços e o mesmo caiu de bunda no chão, relembrando
bastante Apolo.
A
chefa de polícia tinha até esquecido que tinha conseguido as chaves com o...
Bem, aquele cara. Imediatamente, tirou-as do bolso e abriu a porta, que fez um
barulho estrondoso.
–Podia ter feito isso antes, não acha? – resmungou
Claudião, conhecido pelo seu codinome “Ratão”, o policial que estava no chão, com
dores por toda a perna
LeShawna ignorou o sujeito, caminhou em direção
a passagem, que estava toda escura. Inflou o peito, talvez para parecer mais
“macho”. Quando todos entraram, a escuridão foi tomada por um grande flash de
luz verde. Vários ratos passaram por seus pés, correndo, tentando fugir.
–Droga!
Voltem aqui, seus imundos! – eles ouviram uma voz fina reclamando do fundo da
sala. Agora, tudo estava mais claro. Eles viram. Era um homem velho, meio
corcunda. Relembrava Prometeu em certos aspectos.
–Ei,
você! O que está fazendo? O que são todas essas jaulas? Aqui é a polícia
federal! Mãos para os altos – exclamou “Lebomba”.
–Ah...
A polícia! Eles são apenas meus... Bichinhos.
Todos
os policiais apontam suas armas para o esquisitão enquanto LeShawna inspeciona
o lugar. Várias gaiolas com animais, a maioria morta, com gosma preta escorrendo
de seus orifícios. Poucos, realmente muito poucos, ainda viviam... Mais para o
final da sala tinham duas jaulas. Em uma, tinha Marcius, vivinho da silva. Aparentemente,
a outra estava vazia, mas quando ela chegou mais perto, foi possível identificar
dois corpos empilhados. Eles eram muito familiares. Nossos tão queridos... Theo
e Apolo. LeShawna não os havia matado com o carro da Volkswagen! Mas... Eles
estariam mortos agora?
–O
que é isso?! O que você fez com eles?!
–Se
acalme, meu docinho. –disse ele, ajeitando o jaleco branco – Eles estão apenas
dormindo. Injetei um Boa-Noite-Cinderela na corrente sanguínea deles, para que
eu pudesse melhorar o desempenho da minha experiência, com eles quietos. – os
policiais se entreolharam, pensando malícias sexuais. Percebendo a besteira que
tinha dito, tentou se corrigir – Ah... Err... Não! Eu sou um médico! Dr. Su
Tiam – mais olhares maliciosos.
– Minha experiência era a produção de indivíduos
geneticamente iguais, para suprir a perda de meu irmão univitelino. Posso
assegurar que tudo que estou fazendo é perfeitamente normal e não há razão para
vocês estarem aqui.
–Cara...
Você sequestrou essas pessoas... E ainda tá clonando, o que é crime. Venha
conosco.
–NUNCA!
VOCÊS NÃO ENTENDEM! É MUITO RUIM PARA ALGUÉM PERDER O IRMÃO GÊMEO! PRECISO
APERFEIÇOAR A TÉCNICA DE CLONAGEM, PARA ME CLONAR! ESSES MERDINHAS SE DERRETEM
TODOS DEPOIS E VIRAM UM TIPO DE COCÔ GOSMENTO! – e assim joga um objeto metálico
pesado em uma máquina redonda bem grande, cheia de circuitos sem sentido, em um
canto da sala, acertando um botão bem grande, que fez as portas da máquina
fecharem e piscarem luzes verdes.
–O que você fez? –
berrou LeShawna, preocupada, quando vários “Theodoros”, “Apolos” e “Marcius”
saiam da invenção, todos, ao comando do Dr. Su Tiam, atacaram os policiais, que
recuaram, lutando, atirando, batendo aqueles... Aqueles falsários! Aqueles
CLONES! LeShawna lutava, tentando passar para o lugar em que o Dr. Tiam estava,
socando, chutando e atirando em “Theodoros”, “Apolos” e “Marcius”.
Ao chegar perto do cientista
maluco, ela agarra os cabelos dele e puxa, falando em seu ouvido, entre os
dentes:
–Manda eles pararem! Agora!!!
–Tudo bem, tudo bem! Chega!
Ai! Ai! Ai! Ai! Parem, clones! Ai! – implora ele. Todos os impostores
congelaram. – Agora você, imbecil, pare de puxar meus cabelos! – ordenou a
LeShawna, que largou, agora apontando uma arma em sua nuca.
Quando a chefa de polícia
durona olhou, esperando ver os seus amigos, ela vê apenas muito sangue.
Choramingando, faz ele confessar, enquanto ligava para Prometeu vir ajudá-la:
–Eu fiz faculdade de biologia
em uma universidade da China, estudando clonagem e DNAs em geral, onde fiz aula
com o Phd Dr. Simijanhu MuruhMuruh Kái, junto ao meu irmão gêmeo, Fah Kiu II°,
que acabou morrendo, anos depois, em uma explosão aleatória no Paquistão, onde
havia ido tirar férias com aquela filha da puta da namorada dele, a Pootakêpa
Riu. Fiquei muito abalado e, como éramos idênticos, por alguma razão que agora
me escapa, resolvi recriá-lo, mas antes que eu possa me clonar, eu tenho que
testar em outras pessoas mais normais, para ver se esse erro, essa estúpida
data de validade, desaparece.
–É, a única petshop da Paula
Freitas... – ele ouve LeShawna dizer. Vira a cabeça um pouco para trás, para
ver de rabo de olho o que raios ela estava fazendo. Ela estava no celular.
Desligou. – O quê? – pergunta ela, para o Dr. Su Tiam, pois não tinha ouvido
nada...
* * * * * * * * * * *
Prometeu chegou com patrulhas e mais
patrulhas da polícia, prendendo o asiático Dr. Su Tiam e processando a linha de
petshop culpada. Theodoro e Apolo, agora livres, checavam, junto a LeShawna, o
local.
–Quem quer comer uma lechona?
– pergunta ela, animada. Os dois recuam. – Não, não é isso que vocês estão
pensando, estou falando do prato chileno, ali do Galeto da esquina! – desta
vez, os detetives responderam positivamente, pondo-se a andar.
Felizes de ver aquele caso
maluco solucionado, andavam felizmente pela rua, em direção ao restaurante,
sentando-se em uma mesa. Pediram o que gostariam de comer e, na mesma hora que
a comida chegou e o primeiro pedaço estava sendo colocado na boca de lechona...
Desculpe... LeShawna, seu celular toca, obrigando-a a largar o garfo e faca e
atendê-lo.
–Alô? Ah, sim, o Alisteu...
Alis... Alistolpho. É, é o balconista que eu tive que dar um choque para me
infiltrar. Como? Marca-passos? Morto? Ai, meu Deus, coitado! O quê? Para eu me
virar para trás? – ela olha para Theodoro e Apolo, que estão olhando por trás
de seu ombro, com os olhos arregalados. Ela desliga o celular e vira para trás.
Dois policiais a esperavam. Ela havia sido presa. – Socorro... – implorou ela
para os detetives, que continuaram comendo alegremente a lechona. – Filhos da
putaaaa! – e sua voz desapareceu.
–Sabe, Theo, esse caso foi um
dos mais complicados que já tivemos que solucionar!
–Nós não solucionamos porra
nenhuma, a Lebom... LeShawna fez todo o nosso trabalho. Aliás, a gente deveria
estar ajudando ela, mas isso aqui tá tão bom! – diz Theodoro, levando uma
garfada à boca. – Um prazer quase sexual! – completou. Apolo olhou para ele, o
estranhando. – Ei, eu disse quase! – e então ele volta a se concentrar na
comida.
Os dois se lembravam como se
fosse ontem o que eles tinham passado naquela petshop, mas nem poderiam
imaginar o que LeShawna fez para salvá-los, mas mesmo com esses pensamentos
profundos (que aliás duraram meia hora), eles terminaram seus pratos antes de
ir pagar a fiança de lechona na delegacia... Ops! LeShawna!
–Sabe, eu tenho um sentimento
estranho...
–O quê, Apolo?
–Eu sinto que a gente esqueceu
de alguma coisa...
–Impossível.
–É sério, mas não consigo
lembrar o quê..
–Se você não lembra, é porque
não era importante.
* * * * * * * * * * *
–Alô-ô? Alguém me tira daqui! –
gritava Marcius, a todo pulmão, ainda trancado na jaula do cientista maluco. –
Vamos, gente, parem de brincadeira! Eu estou aqui! Há! Há! Muito engraçado,
agora me soltem!
Os últimos policiais que
estavam na loja, de headphones, não conseguiam ouvir o coitado. Lacravam a
porta, que não deveria ser usada nunca mais, além de a loja inteira estar
vedada por um mês inteiro.
–Já foi engraçado, mas agora
estou começando a me preocupar... Socorro...
Fim?
Victor, Kadu e Pedro. Todos os direitos reservados.
Theodoro Apolo e LeShawna inc.
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