*RUFEM OS TAMBORES*
Eu sei que vocês perceberam que a mente literária por trás desse blog é o Guilherme... mas eu também tenho algum dote de escrita. Em comemoração do 10º post do blog mais amado que eu já cocô-criei, vou lhes apresentar uma história que eu co-escrevi em conjunto com meu amigo Victor e alguma colaboração do meu outro amigo Pedro, em 2012, para uma aula de redação no colégio. Como é muito grande, vou postar ao longo do tempo, caso vocês, popofãs do blog, respondam positivamente quanto à história. Beijos e abraços, espero que gostem.
É meio que bem grande mesmo, e este é só o início. Muito obrigado pela compreensão, amo vocês (se é que tem alguém que lê o blog)
É meio que bem grande mesmo, e este é só o início. Muito obrigado pela compreensão, amo vocês (se é que tem alguém que lê o blog)
Victor Rebuzzi, Pedro Starling e Kadu Heming apresentam...
Dia calmo na delegacia. Algumas pessoas gritando, casos rotineiros... Um dia normal. Uma típica segunda-feira de manhã, mas que foi interrompida por um barulho desesperado das portas de vidro da entrada abrindo. Um homem pálido e estranho entrando, mancando, com uma aura escura e um ar de extrema preocupação, que vinha junto a um cheiro tóxico que infectou o ambiente. Um cheiro podre e mórbido.
Todos os que estavam no recinto viraram-se para trás, olhando de cabo a rabo o esquisito sujeito, que agora atravessava a sala, quase caindo, até o balcão de atendimento. Sussurros se espalharam pelo local, de homens, mulheres e crianças (que estavam com os olhos tapados pelas mães assustadas), comentando e discutindo, baixinho, o que teria acontecido com o pobre rapaz. Quando o dito cujo finalmente chegou ao balcão, todas as outras pessoas se calaram para tentar ouvir o que acontecera para deixá-lo naquele estado. Aquela figura pálida, que refletia o que havia sobrado de uma pobre alma, apertou a barriga de tanta dor e fez força para falar:
–Socorro... – e essas foram suas últimas palavras antes de vomitar uma gosma negra que se espalhou pelo piso de linóleo branco como uma praga, fazendo todas as pessoas gritarem de nojo e terror. Logo depois desse evento, o corpo caiu no chão, num estrondo.
Todos levantaram-se, horrorizados. Gritavam, choravam, corriam, vomitavam também... A calma manhã de segunda havia se transformado em um caos. Os policiais, ouvindo toda aquela gritaria depois de um silêncio repentino, resolveram checar o que estava acontecendo, interrompendo o pequeno intervalo do café que estavam tendo. Um deles checou o pulso, enquanto o outro tentava perguntar à atendente o que havia acontecido. Ela, atônita e coberta de gosma preta, não disse uma palavra naquele momento. Só depois, quando a chamaram junto das outras 28 pessoas que estavam na sala naquele momento para testemunhar.
Na sala da chefe de polícia, a própria, LeShawna, decidia que detetives ela iria colocar no caso. No final, ela optou pela dupla dinâmica Theodoro e Apolo para investigar o tão misterioso caso do homem que morreu bem na frente a 29 pessoas, na delegacia de polícia.
Era preciso uma autópsia para ver do que Marcius (o tal carregava uma carteira de identidade no bolso da calça) havia morrido. Os detetives contaram com a ajuda da Dra. Camilla, que fez a operação, ao lado deles. Por alguma razão todos os órgãos dele haviam derretido e viraram um tipo de gosma negra, como o vômito do cara. A médica legista mandou o líquido para a análise, mesmo sabendo que não iria conseguir nada.
A dupla decidiu que o melhor lugar para se continuar a investigação seria na casa do homem e, após um pequeno round de pedra, papel e tesoura para decidir qual dos dois iria dirigir, Apolo sentou no banco da carona e os dois foram até o outro lado de Copacabana para encontrar o endereço de Marcius, na rua Paula Freitas n°34, apartamento 902. Por sorte, eles acharam uma vaga na mesma rua. Saíram do carro, olhando às suas voltas, para analisar o lugar, que era desconhecido por ambos.
Havia um grande restaurante na esquina da rua com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, chamado Galeto, um petshop grande, uma pequenina loja de roupas chamada Devorer, um quiosque de plantas, um pub – o Mud Bug –, uma farmácia Drogasmil, uma livraria religiosa e uma loja Multicoisas, mas tudo isso bem separado por prédios residenciais, em uma rua bem arborizada.
Depois de muito “enchimento”, Theodoro aceitou comer no Galeto. Pediram uma picanha de copa fatiada com arroz de brócolis, farofa de ovo, um feijãozinho e batata frita. Mas depois disso, os dois foram dar conta do trabalho, dirigindo-se a um prédio em frente ao petshop, que era o endereço certo.
Aquele lugar não era nada chique, mas também não era nenhum barraco, sendo que a única coisa nova em folha e brilhante era o interior do elevador, que na verdade era uma enganação, porque o mesmo rangia à beça.
As portas do elevador se abriram e os detetives avançaram para ver qual era a porta certa. Havia quatro portas, três de apartamentos e outra da escada de emergência. Eles andaram até o número 902. Apolo agachou-se no carpete vermelho do corredor, tirando uma chave de fenda e um grampo do bolso do casaco, enfiando-os na fechadura do apartamento para tentar arrombar a porta.
Ele encostou o ouvido na porta, para ouvir o barulho do grampo e, como sabia que Theodoro não era muito de esperar, tentou acalmá-lo dizendo “peraí” repetidamente.
No décimo sexto “peraí” Theo não conseguiu mais aguentar e meteu o pé na porta, que abriu. Apolo, caído no chão, havia sido ensurdecido pelo baque, pois no momento que o mesmo aconteceu, ele estava com o ouvido na porta. Ele levanta, com a mão tapando o ouvido e tentando recuperar os sentidos.
–Ai! - exclamou Apolo – Caralho! Tá sangrando? – perguntou, virando a cabeça para Theodoro ver seu ouvido. Seu companheiro apenas suspirou, revirou os olhos e entrou no apartamento do defunto, seguido do outro detetive, que sussurrava coisas que me recuso a escrever.
O lar do ex-Marcius tinha um tamanho médio. Começava com um corredor que terminava na sala de estar, mas que também dava para a cozinha por uma porta. A sala de estar era bagunçada como o resto da casa: roupas jogadas em tudo quanto é canto, restos de comida e embalagens por aí, tudo bem iluminado pelo sol matinal, o qual entrava por uma janela bem grande que estava coberta por uma cortina branca meio transparente. Theodoro olhava por aí, tentando achar alguma coisa relevante que não fosse caixas de leite ou filmes alugados que não haviam sido devolvidos no prazo certo para a locadora, enquanto Apolo olhava o resto da casa. Havia um terrário na sala, onde estavam corpos de ratos estripados. Antes que Theo pudesse fazer qualquer barulho que representasse nojo, ele ouve o outro detetive gritar e, logo após disso, um “tum”.
Theo sacou a arma e foi checar o que diabos havia acontecido, encontrando Apolo no chão, sentado, como se tivesse levado um grande susto e caído de bunda no chão... O que foi exatamente o que aconteceu. Guardou a arma novamente e quando foi perguntar para o detetive azarado o que o fez cair no chão, uma coruja de 30 centímetros passou, sobrevoando sua cabeça, fazendo Theodoro se encolher no susto.
Aquele animal branco – com a cabeça em forma de coração e olhos negros como a pele de Theodoro – que olhava os detetives no fundo da alma se empoleirou, junto à outra coruja da mesma espécie, porém preta, no cano da cortina do quarto, que, como o resto da casa, precisava de uma faxina urgente.
–Era... Isso que tinha acontecido... – falou Apolo, baixinho, enquanto os pássaros e os detetives trocavam olhares, curiosos.
–Será que essas suindaras entraram aqui por conta própria por algum buraco ou eram daquele maluco?
–Agora virou especialista em corujas, Theodoro? – respondeu Apolo, que procurava algum tipo de certificado de adoção em todo o quarto, achando o documento ao fundo de uma gaveta, atrás de um monte de lenços sujos de sei lá o quê. – Acho que vou precisar lavar a mão agora... – e Apolo saiu, procurando o banheiro.
Theodoro ainda procurava alguma coisa naquele quarto, que mais parecia uma selva. Eles foram lá para nada? Não! O detetive achou o diário de Marcius ao lado do tocador de vinil do homem.
–Ei, vem cá! – chamou Theodoro. De repente, ele ouve um barulho metálico seguido de outro. Dessa vez, de jato d’água. – Você quebrou a pia, não é? – perguntou, já sabendo a resposta, pois Apolo era muito desajeitado.
Os detetives saíram de lá levando as corujas em uma gaiola e a única prova decente que tinham achado: o diário de Marcius. Claro que eles precisaram consertar a pia antes de voltar para a delegacia.
–Parece que estamos indo para Hogwarts! – disse Apolo, animado. A única coisa que Theo precisou fazer foi olhar para o outro lado para seu parceiro ficar calado o resto da viagem.
De volta à delegacia, dirigiram-se ao escritório da chefe de polícia LeShawna, que começou a ler o diário junto aos outros dois:
Dia 28 de Março de 2010
Querido diário, tem algo de estranho com os ratos que ando comprando do petshop aqui da frente: eles estão morrendo antes de eu dá-los de alimento às minhas corujas! Tem algum tipo de doença, ou sei lá... E o que me deixa puto é que agora eu tenho que ir lá longe a outro petshop para comprar a “ração” dos meus Bob e Marley.
LeShawna interrompe aí e constata aos detetives:
–Então as corujas eram dele... - e depois continuou.
Agora vou assistir, finalmente, o “Premonição 4”, porque está a maior tempestade lá fora e a melhor coisa a se fazer no meio de uma tempestade é ficar em casa, assistir um filminho debaixo das cobertas e com um chocolate quente na mão! Mas eu ainda não terminei com esse negócio do petshop, pois a história desses ratos não me está cheirando bem... Mas pode ser, também, meu apartamento, porque preciso limpá-lo urgentemente...
Dia
30 de Março de 2010
Finalmente é um fim de semana!
Demorou bastante, a semana foi chatíssima, mas está aqui! Meu chefe é um
babaca, eu não tenho amigos e sou muito triste já que minha vida inteira foi e
continua sendo uma merda e estou escrevendo esse diário porque meu psicólogo
mandou, maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassssssssssss pelo menos eu tenho minhas
corujas!
Mais tarde vou ter de comprar o estoque de ratos para essa semana, para Bob e Marley, e vou aproveitar pra passar na petshop dos ratos mortos para ver como está a situação...
Mais tarde vou ter de comprar o estoque de ratos para essa semana, para Bob e Marley, e vou aproveitar pra passar na petshop dos ratos mortos para ver como está a situação...
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Eu fui ao petshop e adivinhe... QUASE TODOS
OS BICHOS ESTAVAM MORTOS COM ALGUM TIPO DE GOSMA NEGRA SAINDO DOS ORIFÍCIOS! Eu
preciso saber o que está acontecendo...
Dia
31 de Março de 2010
Passei a última noite inteirinha
observando com os meus binóculos o petshop, tentando achar algum tipo de
comportamento estranho ou... Ou qualquer coisa! Acho que nunca fiquei tão
obcecado assim por algo, exceto por alienígenas, quando era criança. Mas então,
continuando, eu notei enquanto investigava algumas luzes verdes piscando bem
rápido, as quais vinham do fundo da loja. Eu fiz minha decisão! Não aguento
mais! Preciso saber o que diabos está acontecendo! Amanhã mesmo, de manhãzinha,
eu vou lá para ver o que é.
Dia 1° de Abril de 2010
Dia 1° de Abril de 2010
Eu
estou saindo agora para investigar... E não é mentira, mesmo hoje sendo 1° de
Abril! Ha ha! Mas é sério, eu estou indo até lá para averiguar o que anda
acontecendo com os animais... Deseje-me sorte, querido diário!
–E acabou! – disse LeShawna,
fechando o diário e colocando-o de lado.–Agora, só nos restam duas coisas a fazer: Levar Bob e Marley para o IBAMA e comer no Galeto! – Apolo disse. Theodoro deu uma tapa na cabeça dele e o corrigiu:
–Não, imbecil! Temos que ir ao petshop!
–Mas vocês não podem entrar lá pela porta da frente, no meio do dia, de supetão, mostrando suas insígnias policiais! – disse LeShawna.
–Por que não? – perguntou Apolo.
–Porque é muito mais legal entrar escondido – respondeu a chefe.
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