É o seguinte, ele vê essas coisas que não estão lá, mas ele vê, bem, ele diz que vê. Ele jura que vê, e eu juro que ele mente. Eu sei que adolescentes mentem pros pais, mas ele eleva isso ao absurdo!
Uma vez nós estávamos em casa, meu marido estava fora trabalhando. E do nada o danado do moleque dá um grito que a vizinhança toda deve ter escutado. Ele estava no quarto dele e eu fui correndo pra lá. Cheguei no quarto e não havia nada, mas o garoto estava desesperado.
-Mãe, as baratas, mãe! Bem.. Eu acho que são baratas, eu não sei!!
De acordo com ele havia baratas pelas paredes do quarto, elas estavam cobrindo as paredes, mas não havia nada, eu não via nada. Depois, de repente, todo os retratos, quadros, e decorações que estavam nas paredes e nas estantes começaram a cair e cair e ele começou a gritar que as baratas estavam destruindo o quarto dele (aquele danado estava aprontando alguma), e que elas estavam se aproximando dele. A porta estava aberta e ele correu em direção a ela, mas no momento que ele ia alcançá-la ela se fechou, ele puxou e puxou a maçaneta, mas a porta não se abria.
-As baratas fecharam a porta, mãe! Me ajuda, mãe, me ajuda!!! - E o moleque gritando se agarrou em mim e eu fui e dei um bom tapa na cara dele.
Ele começou a gritar mais alto e mais histericamente. Ele estava em pé do meu lado quando começou a gritar que as baratas estavam subindo nele. Depois ele caiu no chão, começou a se contorcer, gritar ainda mais alto, se bater, se arranhar, era impossível compreender o que ele gritava. Todas as portas dos armários começaram a abrir e fechar furiosamente enquanto o garoto se debatia loucamente no chão.
Eu revirei os olhos, me agachei do lado dele, que estava se batendo e se contorcendo mais vigorosamente... Estava babando enquanto se contorcia... Mas que porco! O meu porquinho. Ele ficava tão lindo enquanto se arranhava e se contorcia no chão! Eu sorri, acariciando a cabeça trêmula dele:
-Meu querido, eu sei que você está só brincando, pode parar.
As supostas convulsões do garoto se intensificaram mais por alguns segundos e depois ele parou, se fingia de inconsciente no chão. Juntamente as portas dos armários pararam de bater, a peça que ele pregara chegara ao fim. Tentei falar com ele, mas ele insistia na encenação, saí do quarto dele e deixei ele no chão até que resolvesse ficar sério.
E vocês não tem noção, eram essas mentiras absurdas uma atrás da outra! E só eu conseguia ver essas mentiras. Meu marido de vez em quando dizia que devíamos levá-lo ao médico, que estes ataques e estas visões dele deviam ser algum problema mental dele, e ele dizia que os objetos caindo, portas se abrindo e se fechando deixava tudo mais assustador. Mas eu sabia que era só malícia do moleque. Mas eu não ia cair na dele.
Até aquele dia.
Nós tínhamos mandado estofar nosso sofá da sala, portanto, estávamos sem sofá na sala. E aí teve esse dia que eu cheguei na sala e encontrei ele flutuando bem no meio da sala! Aquele danado tava aprontando uma, eu sabia. O danado estava com um sorriso fixo, olhos arregalados... Ele era tão fofo!
- O que diabos você tá fazendo flutuando no meio da sala, hein, peste?
- Como assim flutuando?
-O sofá não tá aí, danado, ele tá estofando.
-Claro que ele tá aqui, mãe! Veja, eu estou sentado nele! - Virou a cabeça roboticamente pra mim.
De repente a TV ligou, e eu vi, os controles não estavam com ele, aquele danado!
Eu fui andando e fiquei do lado dele, onde deveria estar o suposto sofá.
- Está vendo, peste, não tem sofá nenhum aqui.
- Mãe, dá pra você sair de dentro do sofá?! Eu odeio quando você faz isso.
- Não tem sofá nenhum, peste!!
- Paaaai! Vem mandar a mamãe sair de dentro do sofá!
Meu marido entrou na sala resmungando "Sair de dentro do sofá?" e quando viu a cena pareceu ficar atônito:
- O nosso filho... Ele está.. e-ele está... Flutu...
- Pai, manda a mamãe sair de dentro do sofá!
Nesse instante o rosto dele também mudou, ele ficou com o mesmo sorriso do meu filho. Aqueles dois tavam pregando uma baita peça em mim.
- Querida, sai de dentro desse sofá, você tá aí metade dentro dele metade fora! Todos nós detestamos quando você faz isso.
- Não tem sofá nenhum!!! - Berrei.
Saí correndo, fui pra casa do vizinho e arrastei ele até nossa sala. E ele também concordou que havia um sofá ali, e ele mandou eu sair de dentro do sofá, disse que ele odiava quando a esposa dele ficava dentro do sofá. Enquanto isto a TV trocava de canal sem ninguém mexer nos seus controles.
Ah, eu fiquei louca. Comecei a gritar sobre o sofá estar ali, liguei pros caras que levaram nosso sofá pra estofar, eles disseram pra mim que o sofá estava lá, passei pro meu filho, ele me devolveu o telefone e os caras falaram que se enganaram, que não havia sofá nenhum ali. Eu comecei a gritar ainda mais alto, a chorar, estava quase me jogando no chão quando meu marido me abraçou. Ele fez algum tipo de sinal pro nosso vizinho, consegui perceber em meio a minha histeria.
Depois disso uns caras chegaram, me colocaram numa camisa engraçada, meio apertada e branca demais pro meu gosto, mas ainda assim engraçada. E eu fui levada pruma casa... Uma casa que como eles chamam... Hospí.... Alguma coisa, não sei. Eles de vez em quando chamam um cara velho pra conversar comigo sobre sofás e sobre visões e coisas assim, eles também me dão umas pílulas de vez em quando...
Parece que todos acreditaram no meu filho... Mas quando eu sair daqui aquele mentiroso vai levar uns belos tapas, uns tapas bem dados.
Que saudades do meu bebê mentiroso....
- O que diabos você tá fazendo flutuando no meio da sala, hein, peste?
- Como assim flutuando?
-O sofá não tá aí, danado, ele tá estofando.
-Claro que ele tá aqui, mãe! Veja, eu estou sentado nele! - Virou a cabeça roboticamente pra mim.
De repente a TV ligou, e eu vi, os controles não estavam com ele, aquele danado!
Eu fui andando e fiquei do lado dele, onde deveria estar o suposto sofá.
- Está vendo, peste, não tem sofá nenhum aqui.
- Mãe, dá pra você sair de dentro do sofá?! Eu odeio quando você faz isso.
- Não tem sofá nenhum, peste!!
- Paaaai! Vem mandar a mamãe sair de dentro do sofá!
Meu marido entrou na sala resmungando "Sair de dentro do sofá?" e quando viu a cena pareceu ficar atônito:
- O nosso filho... Ele está.. e-ele está... Flutu...
- Pai, manda a mamãe sair de dentro do sofá!
Nesse instante o rosto dele também mudou, ele ficou com o mesmo sorriso do meu filho. Aqueles dois tavam pregando uma baita peça em mim.
- Querida, sai de dentro desse sofá, você tá aí metade dentro dele metade fora! Todos nós detestamos quando você faz isso.
- Não tem sofá nenhum!!! - Berrei.
Saí correndo, fui pra casa do vizinho e arrastei ele até nossa sala. E ele também concordou que havia um sofá ali, e ele mandou eu sair de dentro do sofá, disse que ele odiava quando a esposa dele ficava dentro do sofá. Enquanto isto a TV trocava de canal sem ninguém mexer nos seus controles.
Ah, eu fiquei louca. Comecei a gritar sobre o sofá estar ali, liguei pros caras que levaram nosso sofá pra estofar, eles disseram pra mim que o sofá estava lá, passei pro meu filho, ele me devolveu o telefone e os caras falaram que se enganaram, que não havia sofá nenhum ali. Eu comecei a gritar ainda mais alto, a chorar, estava quase me jogando no chão quando meu marido me abraçou. Ele fez algum tipo de sinal pro nosso vizinho, consegui perceber em meio a minha histeria.
Depois disso uns caras chegaram, me colocaram numa camisa engraçada, meio apertada e branca demais pro meu gosto, mas ainda assim engraçada. E eu fui levada pruma casa... Uma casa que como eles chamam... Hospí.... Alguma coisa, não sei. Eles de vez em quando chamam um cara velho pra conversar comigo sobre sofás e sobre visões e coisas assim, eles também me dão umas pílulas de vez em quando...
Parece que todos acreditaram no meu filho... Mas quando eu sair daqui aquele mentiroso vai levar uns belos tapas, uns tapas bem dados.
Que saudades do meu bebê mentiroso....
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